“Todo Lucro Do Crime é Pouco, Quando O Preço a Pagar é a Liberdade”. Essa frase era a chamada do Facebook de João Vitor Rodrigues da Silva, 20 anos, morto em confronto com a polícia na manhã desta segunda-feira (20), em Campo Grande.
Pai de uma criança com pouco mais de um mês, ele ostentava dinheiro, manobras de motocicleta e fotos de palhaços, que é um símbolo do crime para pessoas que se identificam como “matadores de policiais”.
João é um dos suspeitos do assalto e sequestro de uma família na Vila Antônio Vendas. Ele foi localizado por policiais militares do Batalhão do Choque e investigadores do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) em uma residência na Rua Daniela Perez, no Residencial Betaville.
Nas redes sociais, parecia prever uma vida breve. Em uma das fotos da filha, já pedia: “Senhor quando minha filha não estiver sob meus olhos, que ela esteja em suas mãos”. Nas demais postagens, dinheiro e festas possivelmente pagas com dinheiro de crimes.
João adorava relacionar palhaços em suas postagens - Foto: Reprodução/Facebook
Vítima foi escolhida por usar joias
A mulher de 50 anos, sequestrada na Vila Antônio Vendas, foi escolhida pelos criminosos quando foi a uma padaria. Eles notaram que ela usava joias e decidiram segui-la até em casa, em área nobre da Capital.
As informações são do delegado João Paulo Sartori, titular do Garras. Segundo ele, o grupo planejava apenas o assalto, mas mudou de planos por causa de barulhos na rua.
“Em dado momento, enquanto eles recolhiam parte dos objetos, eles viram a movimentação do vigilante de rua e, a partir daí, resolveram tomar a vítima em sequestro e saíram da residência dela com o veículo (Audi) pertencente à vítima”.
Criminoso morto pelo Choque vivia ostentando dinheiro nas redes pic.twitter.com/5n0IRKWHH1
— TopMídia News (@topmidianews) September 20, 2021
A vítima foi levada para um cativeiro enquanto o marido dela e a filha ficaram trancados em casa. Os criminosos exigiram R$ 50 mil para não matá-la. No entanto, o esposo informou que só tinha R$ 18 mil e um relógio Rolex.
Os bandidos negociaram o valor e orientaram o homem a entregar o dinheiro na rua Professor Odete Trindade Benites, no bairro Campo Alto. “Após a negociação entabulada entre o esposo da vítima e o autor preso, ele acabou pagando o resgate e ela foi liberada”, explica o delegado.
Quando o Garras foi acionado, em conjunto com o Departamento de Inteligência da Polícia Civil e os policiais militares do Batalhão de Choque, a vítima foi encontrada na BR-262, região do Tiradentes.
O cativeiro foi localizado e um dos envolvidos preso em flagrante. Ele agiu com mais duas pessoas. “Essa casa [o cativeiro] pertence a um dos coautores envolvidos também diretamente na ação criminosa”, aponta a investigação.
Até o momento, a polícia recuperou o veículo das vítimas, o dos autores, a arma de fogo usada no crime e o celular da vítima. Os outros dois suspeitos foram localizados nesta manhã.