Representantes de movimentos ligados à defesa da mulher compareceram ao velório da professora Nádia Sol Neves Rondon, 38 anos, que foi assassinada pelo ex-marido com mais de 30 facadas enquanto comemorava seu aniversário de 38 anos, em Corumbá. O corpo da vítima é velado na Capela Campo Grande e um protesto é realizado pedindo penas mais severas para assassinos de mulheres.
A jornalista Ana Cláudia Salomão, 54 anos, afirma que todos os movimentos colocam o feminicídio como assunto principal em 2019. “Todos destacam esse crime, são crimes que chocam a sociedade. Enquanto estávamos organizando esse protesto durante o velório da Nádia, outra mulher foi morta em Caracol pelo namorado. Somos pegas de surpresa com a morte de uma mulher a todo momento”.
Ela destaca que o Brasil vive um momento de ódio coletivo. “Eu acredito que esse clima de ódio vem desde as eleições, temos um governo que planta o ódio no país. As atitudes deles fazem com que esses assassinos não tenham medo de punição. Vivemos em um mundo que o machismo está sendo intensificado”.
A deputada federal Rose Modesto (PSDB) também esteve no velório e relembra que conhecia a vítima. “Eu conhecia a Nádia, estivemos juntas quando organizamos a caravana em Corumbá. Eu vim aqui como mulher, precisamos radicalizar porque mesmo, com o feminicídio se tornando crime hediondo. Os assassinos não têm medo da lei. Tem casos que o crime acontece e nos deparamos com o executor sendo solto”.
O irmão da vítima, Raul Pereira Neves Junior, 40 anos, que é militar do exército, afirma que a irmã não acreditava que pudesse ser morta pelo ex-companheiro, Edevaldo Costa Leite, de 31 anos. “As mulheres devem denunciar desde a primeira ameaça. Ela agia normal, achava que as ameaças iam parar de acontecer e acabou acontecendo com ela”.