Renê Siufi, defensor de André Puccinelli, promete rebater todas as constatações feitas pelo juiz federal da 3ª Vara Federal, Bruno Cézar da Cunha Teixeira, que determinaram a prisão do cliente dele, na manhã desta sexta-feira (20). No entanto, o recurso vai ser feito somente na segunda-feira (23).
''Quem entra no plantão para tirar preso da cadeia é o advogado do Lula, não eu'', brincou Siufi.
Mais cedo, na hora da prisão do 'italiano', do filho, André Puccinelli Jr e do advogado João Paulo Calves, pela Polícia Federal, o defensor disse que as denúncias eram 'requentadas' e a prisão, consequentemente 'injusta'.
Puccinelli e os outros dois investigados foram presos diante de fartos indícios colhidos nas cinco fases da Lama Asfáltica. No entanto, o fator decisivo segundo a Justiça Federal, foi a continuidade das ações criminosas, mesmo durante as investigações.
O magistrado federal destacou, em seu despacho, que saques das contas do Instituto Ícone de Direito, continuavam sendo feitos, principalmente em 2017, e o dinheiro de propina aplicado em investimentos financeiros nas contas dos investigados.
Ainda conforme a decisão de hoje, dinheiro desviado dos cofres públicos eram usados para pagar advogados dos envolvidos na organização criminosa, entre eles o filho de Puccinelli e Edson Giroto, já preso.
Conforme indícios descobertos na 5ª fase da Lama Asfáltica, o filho do ex-governador usava o Instituto Ícone como um receptáculo de propinas pagas pela JBS. Os valores entraram de forma expressiva durante o mandado do italiano e foram sendo retirados ao fim da gestão dele.
Puccinelli e o filho no momento da prisão. (Foto: Wesley Ortiz)
O Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal vasculharam as contas da empresa e descobriram que o dinheiro da propina era aplicado em investimentos financeiros.
Para as autoridades, apesar de formalmente o advogado João Paulo Calves ser o dono do instituto, Puccinelli Jr é que seria o verdadeiro proprietário e operava o Ícone a mando do pai.