A morte de Wesner Moreira da Silva, 17 anos, após ser violentado em um lava-jato no bairro Morumbi, em Campo Grande, completou três anos e a família continua clamando por justiça e pedindo júri popular dos suspeitos de cometer o crime.
Thiago Giovani Demarco Sena e Willian Henrique Larrea continuam respondendo o processo em liberdade. Revoltada com a demora, a mãe do menino, Marisilva Moreira da Silva, 47 anos, diz que sente que ainda não enterrou o filho.
“Eu sinto que ainda não enterrei o meu filho, porque quem matou ele continua solto, tendo uma vida normal. Se diziam amigos do meu filho, que amigo é esse? Que brincadeira é essa? Brincadeira não mata ninguém. Ele era meu caçula, eu tenho dois filhos, ele e o Luciano”, diz a mãe.
A última movimentação no processo dos acusados aconteceu no dia 23 de julho de 2019, com a análise de embargos infringentes, onde a defesa dos suspeitos pede que ambos não sejam levados a júri popular. O relator fez o reconhecimento do documento juntado aos autos e fez a redistribuição ao órgão competente.
“O processo está parado, não consigo entender isso. É uma vida que se foi por conta da irresponsabilidade de duas pessoas. Eu, como mãe, peço que esse processo caminhe e que eles sejam julgados pelo que fizeram. Foi a minha vida que mudou, eu que perdi um filho. Isso está acontecendo mesmo tendo o vídeo do meu filho falando do que aconteceu, imagina se antes de morrer ele não tivesse falado, aí seria pior ainda. Se não estamos tendo resultado agora, imagina se ele tivesse morrido sem falar”, diz a mãe.
Relembre o caso
Wesner teve uma mangueira de alta pressão de ar introduzido no ânus dentro de um lava-jato, no dia 3 de fevereiro de 2017. Ele trabalhava com Willian no local, que pertencia a Thiago.
Após o ocorrido, Wesner ficou 11 dias internado na Santa Casa da Capital e faleceu no dia 14.