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Polícia

01/03/2018 19:00

'Sucessor' de Rafaat tinha carro de luxo e morava perto da mais nobre praia do RJ

Detido teria matado megatraficante em Pedro Juan Caballero para assumir condição de chefão da fronteira

Pressuposto sucessor de Jorge Rafaat, tido pela polícia como megatraficante, morto fuzilado em junho de 2016, em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua do município de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, na exploração do tráfico de droga e armamento, na região de fronteira com Paraguai, o traficante Elton Leonel da Silva, o Galã, preso na terça-feira-feira (27), em Ipanema, no Rio de Janeiro, circulava na cidade com carro de R$ 300 mil e carregava no porta-luva de sua BMW três Rolex, marca de relógio que custa até R$ 150 mil, fora o frete.

Além disso, ele morava com a namorada num apartamento de alto padrão, em Ipanema, a poucos metros da mais nobre praia do Rio, que inspirava artistas como Tom Jobim e Vinícius de Moraes, donos da canção "Garota de Ipanema".

Seus bens, contudo, eram comprados ou alugados em nome de terceiros. Na prisão, efetuada num ateliê de tatuagem, ao lado da namorada, Galã tentou enganar os policiais mostrando uma identidade falsa. Ele já era procurado há tempos como traficante.

Para a polícia do Rio, segundo notícias publicadas pela imprensa carioca, Galã, procurado como criminoso ligado ao tráfico de drogas pelas polícias brasileira e paraguaia, participou da morte de Rafaat, influente empresário em Pedro Juan Caballero, apontado também como megatraficante. A intenção do detido, segundo a polícia carioca, era a de substituir Rafaat na fronteira.

À época da morte de Rafaat, a imprensa paraguaia noticiou que integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho), rivais e tidas como mais fortes organizações criminosas do Brasil, eram quem estava por trás do assassinato.

Agora, com a prisão de Galã, policiais do Rio disseram que ele tem trânsito bom dos dois lados, tanto com PCC quanto CV. E, para sustentar a vida luxo que leva do Rio, Galã era quem negociava droga e armamento com as duas facções. Ou seja, CV e PCC estariam chefiando o tráfico na fronteira.

Um mês depois do assassinato de Rafaat, Galã e um grupo de dez brasileiros sofreram um atentado em Pedro Juan Caballero. Quatro morreram e Galã, ferido com dois tiros, foi levado para a uma fazenda da região e lá se recuperou. Em seguida, viajou para o Rio, onde vivia e mantinha contatos com os parceiros no território paraguaio.

TUDO CONFUSO

Embora as polícias brasileiras e paraguaias emitam opiniões tidas por elas como “seguras” ao apontarem nomes de organizações e traficantes que dominariam a região de fronteira com o Paraguai, o desenlace acerca do assunto em questão, é controverso.

Policiais brasileiros, que atuam em território sul-mato-grossense, tido como corredor principal do tráfico de droga no país, ouvidos pelo tomidianews, na condição do anonimato, não creem que PCC e CV seriam capazes de chefiarem a criminalidade na fronteira.

Para os policiais consultados, as duas organizações figurariam na estrutura criminosa como “clientes”, não como executores de tarefas como o de comandar o tráfico de maconha, envio de cargas de cocaína ou, então, armamentos.

“Acho difícil alguém do PCC ou CV desfilar em Pedro Juan Cabellero com uma ponto 50 pelas ruas, logo seria abatido, sem chances”, disse um dos policiais ouvidos pelo jornal. No caso, o policial comentou o armamento usado na execução de Rafaat, uma metralhadora antiaérea.

“Acho, sim, que a morte de Rafaat foi determinada por alguma facção local, paraguaia, que sempre comandou a criminalidade do lado de lá. Dificilmente PCC ou CV teriam vez no território paraguaio como os chefões, mandatários, isso não. Agora, eles viram parceiros na hora de negociar cargas de droga ou armas, daí sim. Mas, para isso, desembolsam muito dinheiro, do contrário, sem chances”, disse acreditar o policial.

Ainda conforme o policial: "lá [lado paraguaio] só sobrevivem os que se submetem às ordens deles. Quem acompanha o noticiário policial da região sabe do que falo. Não interessa o que a vítima faz na vida,  se é político, jornalista, empresário, fazendeiro, nada, nada. Eles [organização criminosa local] mandam e matam rivais, isso é certo". finalizou a fonte. 

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