Stephanie de Jesus da Silva, de 24 anos, presa preventivamente pela morte de Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos e 7 meses, afirmou em entrevista para a Folha de São Paulo, publicada nesta sexta-feira (24), que não arquitetou nenhuma desculpa em relação ao falecimento da criança e que agiu em desespero.

Durante o inquérito policial, houve a quebra de sigilo telemático em que mostram conversas entre o casal na tentativa de justificar para os policiais quais seriam as respostas sobre a causa da morte da criança, que teria chegado morta no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino.

No entanto, a mãe da criança relatou na entrevista que nada era combinado com seu companheiro Christian Campoçano Leitheim, de 25 anos. "Não era nada combinado. No dia que ela faleceu, eu perguntei para 'o que eu falo?' no desespero", afirmou.

Em outro ponto da conversa com a reportagem da Folha de São Paulo, Stephanie alega que sabia que seria presa, mas que havia ficado transtornada pelos episódios de agressões de Christian contra Sophia.

"Eu estava muito transtornada, de saber que ele tinha batido nela, de saber que havia sido violentada sexualmente, de saber que eu provavelmente seria presa. Eu não estava arquitetando uma justificativa. Eu falei depois que aquele roxo nas costas dela era porque ele havia batido nela", disse.

Questionada sobre as agressões e também justificativas sobre a perna quebrada de Sophia, a jovem disse que ela havia caído e quem estava cuidando dela, naquele 18 de novembro de 2022, seria ela própria, mas que a filha reclamou de dor apenas no dia seguinte.

"Quando a Sophia caiu e trincou a perna, ela estava comigo. Ela só reclamou de dor no dia seguinte, quando o Christian me ligou e disse que ela não estava conseguindo andar. Minha mãe levou a Sophia ao posto às 16h. Quando saí do trabalho, fui direto para lá. O raio-x mostrou que a perna estava trincada. Ela caiu porque estava fraca", finalizou.

A morte

Sophia de Jesus Ocampo morreu na noite do dia 26 de janeiro, quando foi encaminhada para o UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino. Por lá, médicos e enfermeiros indicaram que a criança já havia falecido há mais de quatro horas e ela tinha sinais de estupro e violência física.

No período de investigação, a Polícia Civil descobriu que houve mais de 30 idas da criança para unidades de saúde.