Incisiva e sem papas na língua, Stephanie de Jesus da Silva afirmou em audiência, nesta terça-feira (5), que Christian Campoçano Leitheim foi quem matou a pequena Sophia de Jesus Ocampo em janeiro deste ano. Ela ainda afirmou na frente do juiz que não teria coragem de agredir a própria filha e que se sentiu culpada por não tê-lo denunciado antes.

Denunciada pelo crime de homicídio contra a criança, a mãe foi ouvida pela primeira vez e respondeu aos questionamentos feitos não apenas pelo juiz, mas também pela promotoria que estão envolvidos no processo. A audiência de instrução e julgamento provavelmente é último passo antes da pronúncia de sentença.

A ré respondeu vários questionamentos feitos para ela. Stephanie contou desde o início da mudança de vida, saindo do relacionamento com Jean para o romance com Christian. Um dos primeiros comentários foi em relação ao tempo fora da residência devido ao trabalho, já que ela fica ocupada de segunda a sábado, tendo tempo para limpar o imóvel no fim de semana.

A mãe de Sophia passou a criticar seu companheiro explicando que ele não gostava de trabalhar e era ela quem sustentava a casa. Mas logo os questionamentos foram mudando e as perguntas foram recaindo sobre as supostas correções que seriam para se impor na casa como mãe e padrasto.

Stephanie pontua que eles foram morar junto por muito pressão dele e que apenas dava palmadas em Sophia, mas que o réu era muito explosivo com todos. Em outras oportunidades, a ré afirmou que viu Christian bater e enforcar seu filho, e lembrou, chorando, que não presenciou as agressões que teriam levado Sophia a morte.

Ela ainda bateu na tecla que não teria coragem de agredir sua própria filha, pois indagou que a gravidez da menina foi planejada e que naquele momento, vivia um relacionamento com um homem que ela amava muito - relembrando o tempo vivido com Jean Carlos Ocampos, pai de Sophia.

No dia da morte da criança, Stephanie comentou para a promotoria e ao juiz que percebeu a fraqueza nas pernas da filha e notou que ela estava consciente. Ela planejava não apenas levar Sophia ao médico, mas como sua outra menina também, quando viu Christian fazer massagem cardíaca na vítima. Em sua versão, disse que ficou em choque ao receber a notícia da morte da filha e que se sentiu culpada por não denunciar Christian antes.

Medo e pressões psicológicas teriam sido um dos motivos para que ela não denunciasse. Ainda em seu depoimento, colocando a culpa da morte de Sophia em Christian, ela relembra que o réu esganava Stephanie até que ela desmaiasse e voltou a frisar que tinha medo dele e que somente agora se deu conta que a filha sofria maus-tratos.