A senadora Soraya Thronicke, do PSL, tem dúvidas se vai apoiar a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Ela se elegeu em 2018, na onda bolsonarista, mas diz que bandeiras importantes foram abandonadas por ele, como o combate à corrução.
A entrevista foi dada ao Estadão, nesta segunda-feira (10). O detalhe é que a parlamentar é vice-líder do Governo no Senado – cargo cuja função é apoiar interesses do Palácio do Planalto na Casa de Leis. Mesmo assim ela adota tom crítico ao governo.
‘’Não tenho apego nenhum a esses crachás e voto do jeito que eu quero. Eu não sou uma bajuladora de mandato. Não serei jamais’’, enfatizou Soraya.
Apoio
Soraya fez críticas indiretas ao presidente e a fatias de grupos que o apoiam. Ela critica comportamentos que não fazem parte da bandeira que ela defende.
‘’Se somos Estado mínimo, o que a sexualidade das pessoas tem a ver com o Estado? Esses malucos que falam pela direita, para mim, nem de direita são’’, disparou a parlamentar. Ela complementou a crítica.
‘’Não é uma pauta racional e de democracia fechar o STF, atacar os Poderes. Nós vivemos num Estado laico. Eu sou religiosa, mas isso é coisa minha, particular’’, completou a senadora.
Soraya diz que ainda apoia algumas medidas do presidente, mas que há limites.
‘’Nas bandeiras às quais ele se mantém fiel, sim. Sou fiel ao Estado mínimo, à liberdade econômica, até mesmo a armamentista. Mas, acima de tudo, defendo a bandeira anticorrupção, que foi deixada de lado’’, ponderou.
A senadora teme ser confundida com extremistas e diz que pertence e luta por uma direita considerada ‘’racional’’.
‘’Foi com isso que eu me comprometi e foi com isso que lá na campanha nós nos unimos. Essa ‘direita kamikaze’ se autodestrói.