Secretário de Infraestrutura de Corumbá, Ricardo Campos Ametlla pediu demissão do cargo, nesta segunda-feira (8). Ele era mantido no cargo pelo prefeito Marcelo Iunes, mesmo após duas operações da Polícia Federal por fraudes em licitações.
A demissão consta em Diário Oficial de Corumbá, edição desta terça-feira (9). Ametlla foi alvo da PF ainda em 2020, no âmbito da Operação Offset. No esquema criminoso, diz a PF, um grupo formado por Ricardo, Márcio Iunes, que é irmão de Marcelo Iunes, servidores e empresários desviavam recursos da prefeitura local.
Ainda segundo a apuração, a captação ilícita de valores da prefeitura se dava por meio de contratos com uma empresa de engenheira com sede na Capital. À época, em outubro de 2020, foram encontrados R$ 44 mil em dinheiro vivo durante os mandados de busca e apreensão.
Ricardo Ametlla teve computadores e celulares apreendidos, tanto na secretaria quanto em casa. Apesar da investida da polícia, ele foi mantido no cargo por Marcelo Iunes até esta segunda-feira.
João Romão
O nome da segunda operação da PF se refere a um personagem do livro ‘’O Cortiço’’, de Aluísio Azevedo. Trata-se de um taverneiro português e dono de um cortiço, que representava a figura de um capitalista explorador.
A investigação João Romão, em conjunto com a Controladoria-Geral da União, a CGU, bota Ametlla como suspeito de constituir empresas para vencer licitações. Os contratos com o município, diz apuração prévia, somam R$ 12 milhões. 52 agentes cumpriram 14 mandados de busca e apreensão em Corumbá e Campo Grande, todos expedidos pela Justiça Federal.
O espaço está aberto a todos os citados na matéria. O advogado André Borges, que defende Ricardo, deixou a seguinte nota:
''Ricardo deixa importante legado na secretaria que comandou; e agora passa a se dedicar à defesa, que, no momento oportuno, demonstrará que nada houve de errado; a todos se deve garantir a presunção de inocência; o Judiciário saberá apurar o que é verdade de meras narrativas''.