Na contramão do que espera a sociedade, a de impor regras mais severas contra as pessoas que maltratam animais, Clieverson Vargas Barbosa, de 18 anos de idade, personagem principal de uma de um dos assuntos mais comentados, semana passada, em Mato Grosso do Sul, ao menos até agora, recebeu uma punição mansa demais pelo que fez na noite de quinta-feira (10) passada. Ele não vai para a prisão e terá de pagar uma multa de R$ 4,5 mil, infração que pode ser contestada, por ter, num ato de fúria, matado a facadas seus três cachorros pequenos.
Bêbado - isso disse à polícia -, ele chegou a sua casa, em Rio Brilhante (cidade 151 quilômetros de Campo Grande), e matou, retalhando os corpos de seus três cachorros – dois deles tinham sido adotados recentemente – com uma faca de cozinha.
Um dia depois ele foi à polícia e logo saiu de lá sabendo que daqui em diante será processado por crimes de maus-tratos, tido como de menor potencial ofensivo. Ou seja, por matar os três cães, ele não será punido com sentença rigorosa, como a prisão.
No máximo, Clieverson pode ser sentenciado a pena de três meses e um ano de detenção, castigo que pode ser revertido em serviço prestado à comunidade ou, então, será obrigado a comprar uma cesta básica para ser distribuída à famílias carentes.
DINHEIRO
Em comunicado emitido neste domingo (13), a assessoria de imprensa da PMA (Polícia Militar Ambiental) informou que militares foram a Rio Brilhante, ontem, sábado (12), e notificaram o rapaz que assinou um auto de infração administrativa.
Na prática: pela “multa ambiental”, Clieverson terá de pagar R$ 4,5 mil, mas a sanção ainda deve ser examinada pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiental de MS). E o rapaz pode contestar a decisão, se enxergar injustiça no pagamento pelas três mortes dos cães.
ADOÇÃO
A crueldade com os cachorrinhos ocorrera na noite de quinta-feira, no Bairro Jardim Mundo Novo, em Rio Brilhante.
A Polícia Militar local informou que os animais foram sacrificados com golpes de faca, um deles foi decapitado, outro teve partes dos corpos separados e a arma ficou cravada na cabeça do terceiro.
A Associação de Proteção aos Animais de Rio Brilhante revelou que dois dos três cachorros mortos tinham em torno de quatro meses e haviam sido adotados pelo próprio rapaz acusado de mata-los.