Truculência e rispidez. Assim descreve Adriano de Oliveira, 53 anos, a forma como um agente da Polícia Militar de Trânsito o tratou durante uma blitz que acontecia na Rua Calcildo Arantes, no bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande.
O caso teria acontecido por volta das 19 horas desta segunda-feira (8), quando Adriano estava indo buscar o filho que estuda em uma escola na mesma rua.
"Se tem algo que não compreendo e não aceito é a violência, a agressão. Vendo as abordagens trágicas feitas por policiais nos últimos dias, eu me pego a pensar que, na segunda-feira passada, corri risco de morte", relata Adriano.
"Estava subindo a Rua Cacildo Arantes (Chácara Cachoeira) para buscar meu filho em uma escola que fica nesta rua. Vi que havia cones no meio da rua, reduzi a velocidade, não mais que 10km, pois além disso tinha um carro à minha frente.Vi que o carro foi conduzido para o acostamento e logo surgiu um Policial aos berros, gritando para mim: 'você 'tá cego seu vagabundo, eu mandei você parar'".
Segundo ele, o policial estava em estado bastante alterado. "Berrava comigo já estacionado e berrava com os outros carros. Pediu (aos gritos) ao outro Policial, verificasse meus documentos. Tirei meu documento da carteira, entreguei ao agente e ele disse que estava tudo certo. Porém o outro, ainda insatisfeito, disse 'enrola com esse aí' 'não deixa ele ir não'".
Adriano ainda chegou a questionar o policial que o atendeu sobre o porquê do colega estar tão alterado. De acordo com ele, o oficial apenas disse: "não liga não".
"Saí dali com medo, pela minha vida e pela vida das pessoas que estavam sendo abordadas. Em momento algum questionarei a ação policial necessária para coibir a criminalidade! Mas tratar o mundo todo como se fossemos bandidos, isso é inaceitável. Não havia a menor necessidade dessa truculência, pois eu já estava com o carro totalmente parado", conta.
Ao TopMídiaNews, Adriano ainda lembrou que o policial não precisava fazer aquilo, justamente, porque o local coincidia com a saída das crianças das escolas. "Estava cheio de crianças e pais de aluno ali. Não precisava disso. Aquela rua ali é bem escura, mas se fosse em um local ermo, até entenderia, mas não era o caso. Rua de um fluxo grande".
Por fim, Adriano ainda destaca o exemplo. "Graças a Deus, o meu filho que tem 13 anos não viu isso. Em 30 anos que moro em Campo Grande, esta é a primeira vez que aconteceu isso comigo, sempre andei para todos os lados da cidade e nunca havia acontecido isso. Em tempo que a gente vê notícias como caso do Exército no Rio de Janeiro, a gente fica preocupado. Não havia cones e nem sirenes ligadas, fiquei surpreso e calado".
Outro lado
A assessoria de imprensa da Batalhão de Trânsito da Polícia Militar informou que os policiais da unidade não fizeram operação registrada no local. Mas explica que, em casos como esse, o cidadão pode procurar o Batalhão para registrar a denúncia. Apesar disso, ressalta que a pessoa precisa ter certeza que o policial é da mesma unidade. "Às vezes, pode ser um policial de outra unidade da Polícia Militar", diz a assessoria.