A polícia investiga a participação de um segundo carro no crime que resultou na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Segundo os investigadores, o veículo daria cobertura aos assassinos e esteve na porta da Casa das Pretas, por 2h, no Centro do Rio, onde a vereadora participou de um encontro contra o racismo.
Os policiais conseguiram identificar a placa do carro. As imagens não foram divulgadas.
Durante todo o dia, a polícia coletou informações no local do crime e com testemunhas como uma assessora de Marielle que também estava no carro e não foi atingida pelos tiros.
A vereadora Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, na Região Central do Rio, por volta das 21h30 desta quarta-feira (14). Além da vereadora, o motorista do veículo, Anderson Pedro Gomes, também foi baleado e morreu.
A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução, pois os criminosos fugiram sem levar nada.
Polícia Civil do Rio acredita que os assassinos seguiram a vereadora desde o momento em que ela saiu do evento onde estava na Lapa, no Centro do Rio, na noite de quarta. Nessa hipótese, o carro dela foi perseguido por cerca de 4 km.
Segundo a investigação, Marielle não tinha o hábito de andar no banco de trás do veículo, que tem filme escuro nos vidros. Na noite de quarta, no entanto, ela estava no banco traseiro quando o crime ocorreu, o que seria mais uma prova de que os assassinos estavam observando a vítima há algum tempo.
Segundo a polícia, os disparos foram efetuados a cerca de dois metros do carro das vítimas, quando um outro automóvel, um Cobalt prata, emparelhou. A perícia constatou que os tiros entraram pela parte traseira do lado do carona, onde Marielle estava sentada, e três disparos acabaram atingindo o motorista. De acordo com a Divisão de Homicídios, o atirador seria experiente e sabia o que estava fazendo.
Os assassinos usaram uma arma 9 mm para executar o crime. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local.
Policiais da Divisão de Homicídios fazem diligência nas ruas em busca de imagens de câmeras de segurança. A perícia encontrou nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada.
Além da assessora que estava no carro com Marielle, a polícia já ouviu ao menos mais uma testemunha do crime. O secretário Estadual de Direitos Humanos do Rio, Átila Alexandre Nunes, afirmou que o órgão está deixando o programa de proteção à disposição das testemunhas da morte de Marielle Franco.
O Disque Denúncia já tinha recebido, até a noite desta quinta, 10 denúnciassobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e de seu motorista Anderson Gomes. À tarde, o serviço de denúncias divulgou cartaz pedindo informações sobre o caso.
Na manhã desta quinta (15), o novo chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, disse que a morte da vereadora Marielle atenta contra a democracia e reafirmou que a principal linha de investigação é execução.
"Estamos diante de um caso extremamente grave que atenta contra a dignidade da pessoa humana, que atenta contra a democracia. Quero agradecer ao deputado Marcelo Freixo por ter vindo à chefia da Polícia Civil, é uma demonstração de apreço e respeito pela instituição. Vamos adotar todas as formas possíveis e impossíveis para dar resposta a este caso gravíssimo", disse.
A declaração foi feita ao lado do deputado Marcelo Freixo (PSOL). Segundo o parlamentar, não havia nenhuma ameaça contra a colega. Freixo disse ter conversado com familiares e amigos de Marielle, que confirmaram as informações.
"Quem matou a Marielle tentou matar a possibilidade de uma mulher negra, nascida na Maré, feminista, estar na política. Isso não é aceitável em qualquer lugar do mundo. Vamos exigir até o último momento que se descubra o que aconteceu", garantiu Rivaldo.
Durante toda a quinta-feira, milhares de pessoas se concentraram diante da Câmara Municipal, onde Marielle trabalhava, para uma última homenagem à vereadora e a Anderson Gomes.
Na tarde desta quinta-feira (15), os corpos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes foram enterrados por volta das 18h sob forte emoção de amigos e de familiares.