A DEH (Delegacia de Homicídios) apontou, nesta terça-feira (27), que uma das motivações para o assassinato de Gleison da Silva Abreu, no dia 1° de maio do ano passado, foi um golpe com a promessa de enriquecer por investimentos que seriam aplicados pelos suspeitos.
O delegado Carlos Delano explicou que a vítima fornecia várias quantias para os suspeitos e, nos próximos anos, receberia um valor muito maior do que o investido.
Segundo aponta a investigação, que ainda segue em andamento, Gleison fazia planos para se mudar para a Itália e virar um investidor na Bolsa de Valores. Esses planos, de acordo com Delano, estavam relacionados no ganho milionário que esperava ter vindo do golpe que seria aplicado pelos suspeitos.
"Então isso está bem evidenciado que essa trama toda foi arquitetada por um dos suspeitos e que o momento de receber o dividendo desses investimentos era exatamente naquela semana que o crime aconteceu", declarou o delegado.
Gleison teria emprestado um dinheiro para os suspeitos, estima-se que foram repassados cerca de R$ 16 mil - muito em relação à condição de vida do pintor.
Os suspeitos também deram 'permissão' para a vítima virar um captador, realizando contatos com outros investidores. A Polícia Civil identificou pessoas que forneceram dinheiro para o pintor, que repassaria aos suspeitos para dar início ao falso investimento, que dava a promessa de ganhos extraordinários.
Vítima e suspeito eram conhecidos e chegaram a estudar juntos em uma universidade. Carlos Delano explica que o suspeito que arquitetou o crime dizia para Gleison manter o máximo de informações em sigilo sobre o "investimento".
"Ele não poderia falar nem para os amigos próximos, nem para a família. E hoje nós vemos isso como um artifício para que sua identidade se mantivesse não conhecida", salienta.
Gleison ainda teria deixado a moto como garantia para agiotas. Quando era questionado, o pintor ficava bravo e dizia que não falaria.
A Polícia Civil concluiu que a morte de Gleison da Silva aconteceu por asfixia e o laudo médico apontou que pelo menos duas pessoas teriam praticado o crime.
Prisão e morte de suspeito
A Polícia Civil prendeu, na manhã desta segunda-feira (26), dois homens de 35 e 48 anos, que são suspeitos de cometer o assassinato de Gleison da Silva Abreu, que foi achado nas pedras da cachoeira do Inferninho, no dia 1° de maio do ano passado, em Campo Grande.
A DEH (Delegacia de Homicídios) cumpriu quatro mandados de busca domiciliar e dois de prisão preventiva de pelo menos 30 dias, expedidos pela 2° Vara do Tribunal do Júri.
A Polícia vasculhou os bairros Santa Emília e Jardim Tarumã até encontrar os suspeitos. O marido dos suspeitos cometeu suicídio nesta segunda e também era investigado, por possivelmente ter participado no crime.