Dois anos após a morte de Wesner Moreira, 17 anos, que teve uma mangueira de ar introduzida no ânus no lava-jato em que trabalhava, a dor e a saudade não tem fim. “Sabe, eu falo e penso que, às vezes, ele só foi fazer uma viagem e que logo estará conosco”, diz a mãe Marisilva Moreira.
Indignada com a Justiça e a liberdade dos acusados, ela reforça que agora vai lutar até o fim para que o pedido de Wesner seja cumprido. “Quando ele estava no hospital, ele me pediu pra fazer justiça, de que não tinha sido brincadeira e sim maldade. Meu filho era jovem, cheio de planos e projetos, queria fazer faculdade, servir o quartel, ajudar o pai. Meu filho não morreu, ele foi morto por maldade”, comenta, entre lágrimas.
Segundo ela, o que mais dói é saber que os responsáveis pelo crime estão em liberdade. “A gente sofre muito, ansiedade de esperar pela Justiça é muito grande. Temos a sensação de impunidade, o jeito é se apegar com Deus. Sinto tanta saudade do meu menino, ele era tão alegre e companheiro”, finaliza.
O crime
No dia 3 de fevereiro de 2017, Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, dono do lava-jato e o funcionário Willian Henrique Larrea, 31 anos, seguraram Wesner e enfiaram a mangueira de um compressor no ânus da vítima.
O fato causou ferimentos graves no adolescente, que chegou há ficar uma semana internado em um hospital, mas não resistiu às complicações do ferimento e morreu. O caso está sendo julgado como homicídio doloso, quando existe a intenção de matar.
A Justiça determinou que os acusados Willian Henrique Larrea e Thiago Giovani Demarco terão que pagar um valor mensal à família de Wesner no valor de R$ 636.