O dono de uma boate foi preso, em Brasilândia, durante uma operação da Polícia Civil, suspeito de tráfico internacional de mulheres e por manter uma casa de prostituição. As vítimas eram do Paraguai, trabalhavam como garotas de programa e eram impedidas de sair do local caso não pagassem dívidas, como alimentação, bebidas e até as taxas cobradas por programa.
Investigação para verificar esse tipo de estabelecimento deverá também ser realizada, em Três Lagoas. De acordo com o delegado Thiago Passos, três mulheres paraguaias tentaram fugir na tarde desta segunda-feira (21), mas foram perseguidas pelo proprietário da boate, que pegou dinheiro, aparelho celular e a bagagem de uma delas.
Ele teria alegado que a vítima não deu o retorno do investimento feito e, por isso, não a deixaria ir embora para o Paraguai. Passos contou que foram apreendidos documentos na boate e que os papéis comprovam que o proprietário financiava a vinda das paraguaias para o Brasil.
Elas eram obrigadas a se prostituir até que fosse pago o valor que ele, supostamente, teria investido nas garotas. A quantia em questão incluía estadia na boate, alimentação que, segundo a investigação era precária, bebidas e comissão de programas realizados.
Foram apreendidos tickets de passagens desde Foz do Iguaçu (PR) até a região de Brasilândia, bem como comprovantes de pagamentos feitos em casa de câmbio, cujos favorecidos eram paraguaios, indicando a ocorrência de tráfico de pessoas, cuja pena chega a 8 anos de reclusão.
A pena para quem mantém casa de prostituição pode chegar a cinco anos de reclusão. Na boate também foram apreendidos preservativos, cadernos com anotações sobre os programas e consumo das garotas de programa, além de uma máquina de cartão de crédito.
A Polícia Civil informou que vai solicitar a quebra de sigilo do equipamento e ouvir as pessoas que fizeram gastos com cartão de crédito ou débito no local, para apuração mais detalhada do crime. As mulheres resgatadas prestaram depoimento na delegacia e foram liberadas, indicando que seguiriam viagem para o país vizinho.
Todas apresentavam documentos de migração. A Polícia Civil vai encaminhar ofício à Polícia Federal com os dados das vítimas para verificação da legalidade do ingresso no país e possível procedimento de expulsão do Brasil.
A Polícia Civil orienta e pede para quem tenha informações sobre esse tipo de crime ou qualquer outra modalidade que faça denúncia anônima. O número para denúncias é 67 99987-9169, que também podem ser feitas também por meio do WhatsApp.