A Polícia Civil prendeu mãe e padrasto, de um bebê, de um ano e um mês, nesta terça-feira (14), em Campo Grande. A criança chegou com sinais de tortura à Santa Casa e os dois apresentaram contradições nas justificativas. 

A explicação é do delegado Roberto Carlos Morgado, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, de Campo Grande. Ele detalhou que o bebê foi socorrido ao hospital e a polícia informada sobre possível violência doméstica.

Um investigador foi ao hospital e confirmou ferimentos graves no bebê, sendo que um médico apontou caso de tortura. O caso tem semelhanças com o da pequena Sophia, de dois anos, morta e estuprada pelo padrasto e agredida pela mãe. A investigação mostrou que mãe e padrasto combinaram versões para despistar a polícia. 

A Polícia Civil também foi até a residência do casal, onde os suspeitos deram justificativas diferentes para o delegado. O padrasto alegou que mentiu a pedido da mãe da criança.

Versões 

Na primeira versão, o padrasto disse que saiu para trabalhar, por volta das 7h e que neste horário, a criança teria caído da cama. A mãe teria avisado o marido, mas pensou que era algo sem gravidade. No entanto, por volta das 9h, percebeu piora e novamente acionou o esposo. 

Ainda segundo o depoimento, o padrasto retornou e teria feito respiração boca a boca e depois acionado o Samu. 

Contradição 

No entanto, ao ser questionado em alguns detalhes, o padrasto confessou que teria inventado a história a pedido da mãe. O que ocorreu, na verdade, diz o suspeito, era que o casal saiu, por volta das 7h, sendo que o homem levou a esposa para prestar serviço de manicure, em uma residência e deixou o pequeno sozinho.  

Ainda segundo o relato, o padrasto retornou e viu que a criança tinha caído. Ele achou que não havia gravidade e desconsiderou. No entanto, às 9h, a criança chorou e vomitou, sendo que o padrasto acionou a mãe dela. Assim que a mulher chegou em casa, os dois acionaram o Samu. 

O delegado diz que o prontuário da criança dá conta de duas clavículas quebradas, traumatismo craniano e pneumotórax (ar na região torácica, fora dos pulmões). 

''Pode ser que a massagem cardíaca pode estar relacionada com o pneumotórax, mas isso a perícia vai dizer'', observou o delegado Morgado. 

O casal foi preso por abandono de incapaz majorado, por causa da gravidade da lesão e por fraude processual qualificada.