Uma série de episódios envolvendo discriminação e injúrias racistas, homofóbicas e gordofóbicas por parte de uma moradora de um condomínio no bairro Jardim Seminário, em Campo Grande, acabou virando caso de polícia. Funcionários e vizinhos relatam agressões verbais que têm ocorrido ao longo dos últimos meses, algumas registradas em boletins de ocorrência.
O primeiro caso foi registrado no dia 28 de outubro, quando uma funcionária da limpeza foi alvo de ofensas racistas enquanto trabalhava no local. A agressora teria dito frases como "gente da sua raça só serve para fazer isso mesmo" e a teria chamado de "negra" de forma depreciativa.
Testemunhas confirmaram o ocorrido e relataram que a moradora também teria atacado a profissão da vítima, tentando diminuir a dignidade da trabalhadora e a humilhando em público. Apesar da denúncia à polícia, a funcionária afirmou que os ataques continuaram.
Diante da repercussão, o síndico do condomínio emitiu uma nota oficial repudiando os atos de racismo. "A administração deste condomínio repudia veementemente qualquer ato de discriminação e racismo. O caso já está sendo acompanhado pelas autoridades competentes, com apoio das testemunhas que presenciaram o lamentável episódio", diz o texto.
No entanto, os ataques não se limitaram ao episódio com a funcionária. Em um grupo de mensagens dos moradores, a mesma mulher teria ofendido uma vizinha, chamando-a de "nega do cabelo duro".
Nesta quarta-feira (11), outro caso foi registrado, dessa vez envolvendo um jovem de 23 anos. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima foi alvo de homofobia e gordofobia enquanto tentava acessar a porta do bloco em que mora.
A agressora teria tentado fechar a porta antes que o homem passasse e, ao ser questionada, o teria ofendido, dizendo "você é uma lata de banha e um 'viadinho'". O jovem registrou o caso na polícia e manifestou o desejo de processar a mulher.
Apesar das medidas, os relatos apontam que a moradora continua a realizar ataques verbais contra os vizinhos. O crime foi registrado como injúria por LGBTfobia.