Aderso Pereira Rodrigues Junior, de 34 anos, morto em confronto com o Batalhão de Choque na tarde desta segunda-feira (25), era faccionado e teria ocupado altos cargos dentro de facção criminosa de âmbito nacional. Segundo a polícia, ele possuía diversas passagens criminais e havia saído da prisão há cinco meses.
Aderso possuía 18 passagens pela Polícia por tentativa de homicídio, porte ilegal de arma de fogo, receptação, lesão corporal e várias por roubo, uma inclusive com restrição da liberdade da vítima, de acordo com as autoridades.
Ele teria realizado as primeiras atividades criminosas quando era ainda adolescente, em 2007. Aderso também chegou a ficar preso no PED (Presídio Estadual de Dourados), mas recebeu alvará de soltura no fim de junho deste ano.
Em novembro de 2019, Aderso foi denunciado pelo Gaeco (Núcleo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), pelos crimes de integrar organização criminosa, associação para o tráfico e de obstrução da justiça.
Conforme investigação criminal do Gaeco, Aderso fazia parte do alto comando da organização criminosa, ocupando papel de liderança sobre os faccionados que estavam presos e controlando as atividades da organização no âmbito estadual. Ele era conhecido pelos codinomes "Dalsim" e "Pietro".
Morto em confronto
Aderso foi morto em confronto com o Batalhão de Choque na tarde desta segunda-feira (25). As autoridades haviam recebido uma denúncia de disparo de arma de fogo, confirmada pela esposa do rapaz, e cumpriam uma abordagem.
O disparo que originou a denúncia teria ocorrido na noite deste domingo (24), em uma conveniência na Avenida Guaicurus, e teria sido denunciado por testemunhas. Com informações da placa e modelo do carro, a equipe do Batalhão de Choque conseguiu localizara esposa de Aderso, na manhã desta segunda-feira.
Aos policiais, a mulher explicou que o carro estava em posse do companheiro e que, na noite do domingo (24), ele estava muito exaltado devido a alguns desentendimentos que o casal estava tendo. Teria sido neste momento que ocorreram os disparos, contou ela.
Ela teria relatado que estava ao lado dele junto da filha de colo, sem que ele a deixasse sair para ir embora. Segundo ela, por volta das 20h, chegaram até a casa onde moram, na Rua Centopeia, no bairro Jardim Los Angeles, e foram dormir.
Nesta segunda pela manhã, por volta das 6h, decidiu sair de casa. Indagada de o porquê não ter procurado a polícia para registrar a ocorrência, ela alegou temer pela vida, frisando que sentia muito medo do companheiro e que não tinha o desejo de representar.
A equipe então se deslocou até a casa onde estaria Aderso, no Jardim Samambaia, e, ao entrarem na rua indicada, viram um homem com as características recebidas, na entrada do portão de elevação da residência. Ao verbalizarem a abordagem, os policiais perceberam que ele abaixou o portão rapidamente e teria fugido para o interior da casa.
Em ato contínuo, a equipe desembarcou e entrou pelo portão, observando que Aderso teria trancado a porta e começado a gritar: "Não entra não, se não vai levar!". Os policiais então continuaram a verbalização pedindo que ele saísse do interior da casa, mas ele teria continuado a gritar: "eu vou furar vocês na bala!".
A equipe seguiu avançando até a entrada da casa e, quando fez o rompimento da porta, ouviu um disparo em direção aos policiais. Em continuidade à incursão para o interior da residência, ouviu-se outro disparo vindo na direção dos militares.
Sem outra alternativa devido à ameaça, segundo registro policial, a equipe teria repelido a agressão com um disparo em direção a Aderso. Ele foi atingido e conduzido até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitária para receber socorro médico, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
O local da ação foi preservado até chegada da equipe de Perícia da Polícia Civil. A arma do rapaz, uma pistola 9 mm, assim como a dos policiais envolvidos na ocorrência, foram entregues à perícia.