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Três Lagoas

há 7 meses

Milicianos são condenados por tentativa de assassinato em 'tribunal do crime' em Três Lagoas

Cinco dos nove réus foram julgados, eles são membros de facção criminosa e foram frustrados por ação policial na época

Em julgamento realizado perante o Tribunal do Júri da comarca de Três Lagoas, nesta quarta-feira (17), cinco réus foram condenados por participarem de um suposto "tribunal do crime". Os acusados são membros de facção criminosa e foram frustrados por ação policial.

O crime ocorreu no dia 26 de abril de 2019, quando os acusados de integrar facção criminosa foram presos pela Polícia Militar, durante a tentativa de homicídio de Nilson Tiago Flores. Julgamento durou aproximadamente 10 horas.

Nesta 1ª fase, o Tribunal do Júri acompanhou depoimentos de diversos réus, entre eles, cinco pessoas, sendo quatro homens e uma mulher. Na data anterior ao crime, Nilson teve uma discussão com um colega, no bairro Novo Oeste, resultando em agressões, segundo o site JP News. Nilson teria usado um extintor de incêndio para agredir um colega, o deixando em estado gravíssimo.

Na época dos fatos, Ariane de Paula Santos foi acusada de dirigir o carro que transportou Nilson, do Novo Oeste, até a residência onde o grupo estaria reunido para a vingança. No dia 26 de abril de 2019, a Polícia Militar teria recebido denúncias anônimas sobre a ação criminosa, revelando que integrantes da facção teriam armado uma emboscada para Nilson, no bairro Novo Oeste, e o colocou à força no porta-malas de um carro. Depois, ele foi levado para o julgamento do "tribunal do crime".

Cientes que a vítima poderia ser morta, a PM e a Polícia Civil passaram a investigar o caso. Três pessoas ligadas à facção criminosa estavam presas e passaram a se comunicar, por meio de telefones monitorados, com autorização da Justiça, com membros do grupo. Eles comentavam sobre o julgamento e a polícia passou a rastrear a localização dos criminosos, chegando até a residência que teria sido cedida para que a vítima fosse morta.

A Força Tática teria conseguido localizar o cativeiro e resgatou a vítima. Após frustrar a ação do grupo, 12 pessoas foram levadas para a delegacia, onde foram autuadas por tentativa de homicídio, organização criminosa e corrupção de menores, além de integrar grupo de extermínio.

Após cinco anos, foi realizada a primeira fase do julgamento, onde Ariane de Paula Santos, Jonatas Galdêncio Pinheiro, Rodrigo Douglas da Silva, Weslei de Souza Hernandes e Deniel Henrique Pereira Rios foram levados ao Tribunal do Júri. Após depoimentos de todos os envolvidos, testemunhas de acusação e de defesa e Promotoria travaram um longo embate, levando o julgamento a durar mais de 10 horas.

Por volta de 21h40, o júri se reuniu e decidiu, por maioria absoluta, pela condenação dos cinco acusados que estavam sendo julgados. Ariane de Paula Santos foi condenada por tentativa de homicídio qualificado, integrar organização criminosa e corrupção de menores, com pena de 11 anos de prisão, começando em regime semiaberto.

Jonatas Galdêncio Pinheiro foi condenado em 13 anos de prisão, pelos crimes de tentativa de homicídio, integrar organização criminosa e corrupção de menores. Rodrigo Douglas da Silva foi condenado a 16 anos de reclusão, pelos mesmos crimes de Galdêncio. Deniel Henrique Pereira Rios foi condenado a 17 anos e 8 meses de reclusão por tentativa de homicídio, integrar organização criminosa e por corrupção de menores.

Após a leitura da sentença, os acusados foram notificados da condenação e a sessão encerrada. No mês de maio, de 2024, a 1ª Vara de Justiça volta a julgar o caso, onde outros acusados serão julgados. Grande parte das pessoas acusadas no processo está presa por outros crimes.

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