Deivid de Almeida Lopes, 38 anos, foi condenado a 64 anos de prisão por estupros de menores e a morte do menino Kauan Andrade Soares dos Santos, à época com oito anos, no dia 25 de junho, em Campo Grande. A Justiça se baseou em laudos e depoimentos, já que o corpo de garoto não foi achado até o momento.
A decisão foi do juiz Marcelo Ivo de Oliveira da 7ª Vara Criminal, nesta quinta-feira (28).
Conforme o Ministério Público Estadual, Kauan desapareceu no dia 25 de junho do ano passado e foi visto pela última vez no Bairro Coophavilla II, onde Deivid morava. O suspeito pagava para ter relações sexuais com crianças e adolescentes. Ele abusava da humildade das vítimas e estuprava menores extremamente pobres.
O menino teria sido violentado sexualmente antes e depois de ser morto, na presença de pelo menos quatro adolescentes. O corpo de Kauan teria sido jogado no rio Anhanduí e até agora não foi localizado.
Mãe de Kauan pedia justiça em razão da morte do filho, aos oito anos. (Foto: André de Abreu)
Duas testemunhas, que são menores de idade e também foram abusadas sexualmente, foram determinantes para formar a convicção da justiça.
Também, laudos confeccionados a partir de diversas perícias engrossaram a ideia de que o homem que se passava por professor cometeu os crimes, a maioria contra crianças e adolescentes.
Entre os laudos, um mostra que em um tapete encontrado na casa de Deivid havia marcas de sangue com perfil do sexo masculino. Em confronto com o perfil genético da mãe de Kauan, comprovou-se que tratava-se de um filho dela.
Ainda de acordo com informações exclusivas, obtidas pelo TopMídiaNews, o material encontrado no tapete também foi confrontado com o perfil genético de um irmão de Kauan e também constou como pertencente ao mesmo ramo patrilíneo, ou seja, que o sangue era de alguém que seria filho do mesmo pai do irmão da vítima.
Conforme apresentado no julgamento, havia a presença de sangue do menino Kauan no porta malas do veículo de Deivid. Outros exames mostraram que havia sangue também no travesseiro, no colchão e em um facão usado pelo acusado.
No total, Deivid foi condenado a 18 anos e oito meses por dois estupros de vulnerável; 22 anos e três meses pelo estupro de vulnerável com resultado morte (Kauan); 24 anos, três meses e seis dias por cinco crimes de exploração sexual de adolescentes; um ano por possuir material pornográfico envolvento adolescentes e 15 dias por importunação ofensiva.
Deivid foi absolvido por quatro acusações de estupro e por duas acusações de exploração sexual de adolescentes.
A pena total é de 64 anos, 11 meses e seis dias de reclusão. Deivid continua preso e não pode recorrer em liberdade. Ele nega todas as acusações.