O disparo que matou o menino Matheus Garcia Cabral, 11 anos, teria sido desferido pelo réu Jefferson Osmar Teixeira Ramão, 30 anos. O alvo, identificado como Anderson Patrício de Oliveira, relatou que o tiroteio seria uma vingança do PCC (Primeiro Comando da Capital) por ele ter assassinado um dos membros da facção criminosa em 2005.
Nesta manhã de quinta-feira acontece o julgamento de Jeferson e a acusação apresentou um vídeo onde Anderson assume já ter matado um dos membros do PCC. Segundo ele, o réu seria integrante da facção, motivo que atirou contra ele por pura vingança.
“São todos do PCC. Tive uma desavença com um homem da facção e o matei, mas já paguei pelo crime e fiquei sete anos preso. Fiquei fugindo e quase morri no presídio. Depois que saí, até hoje ainda tentam me matar pelo mesmo motivo. No dia que tudo aconteceu, eu estava comprando um lanche quando Jeferson chegou com mais dois homens em um Pálio e passou a atirar contra mim. Eu corri e me escondi, mas o Matheus, que estava no portão da casa dele, acabou sendo atingido”, alegou Anderson.
Na contramão, durante o depoimento, o réu destaca que já estava sofrendo ameaças de Anderson. No dia do tiroteio, estaria andando pela rua quando trocou tiros com Oliveira, que conseguiu se esconder em uma das residências. “Eu não vi o menino. Já estava sofrendo ameaças e, se não matasse, iria morrer. Eu sou pai e jamais atiraria em uma criança”, tentou se defender.
Jeferson disse que trocou tiros com Anderson, mas a perícia realizada no local diz o contrário do que o acusado relata. Ainda de acordo com a acusação, a arma apresentada pelo réu na delegacia pode não ser a mesma usada no dia do crime.
O caso
Segundo a polícia, com base em perícia no local do crime, Jefferson atirou para matar Anderson, mas errou a mira e acertou Matheus Garcia Cabral, 11 anos, que estava em um portão nas proximidades. O crime ocorreu por volta das 21h de 22 de dezembro de 2013, na Rua Elídio Pinheiro, Parque do Sol, em Campo Grande.