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Polícia

25/04/2021 13:30

Mato Grosso do Sul fica em 3º no ranking de denúncias de violência contra crianças

Deputada destaca mudanças na lei após morte do menino Henry, mas alerta para necessidade de acompanhamento dos sobreviventes

Mato Grosso do Sul ficou em terceiro lugar no ranking nacional de denúncias de violência contra crianças e adolescentes através do Disque 100, programa do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH). São 62 casos para cada 100 mil habitantes.

A situação só é pior no Distrito Federal (70) e no Rio de Janeiro (66). Rio Grande do Norte completa a lista dos estados mais perigosos com 61 denúncias por 100 mil habitantes, conforme levantamento feito pela Globonews.

Em números absolutos, que não considera o tamanho da população de cada região, os estados que mais utilizaram o Disque 100 para relatar situações de violência contra esse grupo foram São Paulo (23.870 denúncias), Minas Gerais (12.040) e Rio de Janeiro (11.470). Juntos, os três estados acumulam metade das denúncias do país em 2020.

É o maior índice desde 2013, 95.247 denúncias ao todo, o que equivale a uma média de 260 novos casos a cada dia. Esse tipo de violência foi o segundo mais denunciado na plataforma, ficando atrás apenas da violência contra a mulher.

Em nota, o Ministério diz que mudou a metodologia de contagem dos casos, por isso, o aumento já que o sistema passou a registrar o número de crianças agredidas, ao invés do número de denúncias. A pasta também diz que vem ampliando e melhorando os canais de denúncia de violência contra os Direitos Humanos.

Especialistas, no entanto, apontam para a subnotificação de casos já que a maioria das vítimas tem dificuldades para denunciar e também a efeitos da pandemia, com a maior permanência das crianças em casa, sem condições de pedir ajuda a terceiros.

Perigo que vem de casa

Em 67% das reclamações, o cenário da violência contra o menor é a própria casa onde residem a vítima e o suspeito. A maior parte das denúncias se refere a crianças entre 5 e 9 anos, e o principal agressor da vítima é o pai ou a mãe (59% dos casos), seguido por padrasto ou madrasta (6%), avô ou avó (3%), e tio (3%).

Deputada em Mato Grosso do Sul, Rose Modesto (PSDB) destacou as recentes mudanças na lei após a morte do menino Henry, de 4 anos, que teria sido agredido pelo padrasto até a morte, com a anuência da mãe. No entanto, ela alerta que o trabalho não pode parar aí, especialmente em relação ao acompanhamento dos sobreviventes.

“É preciso reconhecer que o Brasil fez avanços significativos na defesa da infância e da adolescência, com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e com a aprovação, na última semana, do PL 4626/20, que endurece a pena para esse tipo de crime. Mas precisamos pensar em como reverter esses números e mudar a realidade de diversas crianças que não tiveram suas histórias divulgadas pela mídia, mas que se não forem socorridas, podem ter o mesmo triste destino de Henry. E digo mais: além de rever a proteção, precisamos trabalhar para reverter, também, os danos emocionais e psicológicos causados por tanto tempo de agressão e humilhações”.

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