A mãe que prostituía a filha - jovem de 18 anos resgatada de cárcere privado - denunciou o 'cliente' por estupro em 2015. À época, a genitora procurou a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) dizendo que o homem era pai da vítima e a estuprou.
O desfecho desta primeira investigação não foi divulgado ainda pela polícia, mas aparentemente a vítima, então criança, negou que tenha sido abusada.
Agora, com 18 anos e mãe de dois filhos, de 2 e 3 anos, a jovem conseguiu socorro e revelou uma trama muito mais complexa. Vivendo em cárcere privado, no Jardim Itamaracá, em Campo Grande, a vítima pediu ajuda da irmã para ser resgatada.
A polícia conseguiu tirar a mulher e as crianças do cativeiro. Em depoimento, a jovem disse que não sabia do registro do primeiro BO e contou outra versão do caso. Segundo ela, na verdade, o investigado era amigo da família e a mãe a prostituía quando menor para ganhar dinheiro.
Sua primeira relação sexual com o atual marido foi aos 14 anos, quando acabou engravidando durante programa agendado pela mãe.
Ela diz que foi obrigada a casar e a mãe possui distúrbios psiquiátricos, faz uso abusivo de álcool, se negando a fazer qualquer tipo de tratamento.
Depois de conviver quatro anos com o abusador e ter dois filhos com ele, a vítima conseguiu socorro e pediu à polícia para separar e receber medida protetiva.
O caso foi registrado na Deam (Delegacia de Atendimento a Mulher), na Capital.
Estupro, violência doméstica e cárcere
A jovem foi resgatada com os filhos na noite desta quarta-feira (1°), de residência onde vivia em cárcere pelo marido, de 50 anos, no Jardim Itamaracá. A menina é casada há 4 anos, quando começou ser explorada sexualmente pela mãe.
A Polícia Militar foi acionada para atender uma ocorrência de violência doméstica, mas chegando na residência descobriu que o caso era ainda mais grave. A vítima relatou que tem um relacionamento matrimonial com o abusador desde que sua mãe começou a lhe prostituir.
Na época, com 14 anos, a adolescente engravidou quando fazia programas para a mãe e foi obrigada a casar com o cliente, com quem agora tem dois filhos. Desde que se uniu a ele, a jovem sofre com agressões e cárcere.
Ainda segundo relato da vítima, ela ficava trancada com os filhos em casa e não podia manter contato com outras pessoas nem trabalhar. O marido escondia o cartão de benefício para que ela não utilizasse o dinheiro, além de bater e estuprar a jovem.
Ontem, a vítima conseguiu pedir ajuda da irmã, que estava no imóvel com ela. Sem apoio dos demais familiares, ela ainda relatou que a mãe sofre com problemas psiquiátricos e não faz tratamento adequado, vivendo sempre sob efeito de álcool.
Policiais encontraram marcas pelo corpo da jovem de agressões anteriores, além das agressões daquele dia. O autor fugiu assim que soube que a polícia havia sido acionada.
Desesperada e desamparada, a vítima pediu abrigo na Casa da Mulher Brasileira e apresentou o desejo de se separar, pedindo medida protetiva contra o agressor que não foi encontrado.