Diarista de 43 anos será investigada por doar, ilegalmente, uma filha de seis anos, em Campo Grande. A criança hoje vive em Rondonópolis, no Mato Grosso. A Polícia Civil descobriu o caso, quando um menino de sete anos, foi flagrado viajando para Sorriso, onde moraria com terceiros.
A informação é da delegada Anne Karine Trevizan, da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, em Campo Grande. A própria diarista relatou à imprensa, nesta segunda-feira (22), que já tinha enviado uma menina para morar com estranhos no estado vizinho.
A suspeita detalhou que assinou uma procuração, dando poderes para uma terceira pessoa viajar com a filha para Rondonópolis. A pequena vive com um homem, casado com a irmã da diarista, a mesma mulher que iria levar o outro filho dela para Sorriso.
Anne Karine desconfia da versão de mãe. (Foto: Silas Lima)
Sobre o caso do filho de sete anos, a diarista disse que mandou o filho primeiro para Sorriso e iria uma semana depois ficar com ele e que já tinha emprego em vista naquela cidade. No entanto, a delegada Anne Karine desconfia da versão e crê que a mãe não comprovou ter vaga de trabalho, simplesmente doaria o filho.
Ainda conforme dito à imprensa, a diarista negou que tenha dado ilegalmente os filhos, mas revelou que não aguentava mais ver o garotinho passar fome.
''Sabe o que é um filho te pedir uma coisa e não poder dar? Para não ver meu filho passar fome, pedir as coisas, eu preferi pedir ajuda'', disse a diarista.
O garoto foi acolhido pelo Conselho Tutelar e também prestou depoimento especial, nesta segunda-feira.
A advogada da trabalhadora, Áurea Rodriguez, nega doação ilegal e tráfico de pessoas e garante que a mãe iria ficar com o filho no Mato Grosso.
Diarista depôs na Depca e negou doação ilegal. (Foto: Silas Lima)
O caso
No dia 18 de agosto, a diarista, de 43 anos, foi abordada pela Polícia Rodoviária Federal, em um ônibus, em direção ao Mato Grosso. Ela estava com o menino de sete anos e tinha uma procuração para viajar com ele.
A PRF desconfiou da situação, já que na procuração, constava que o destino seria a Bahia e não Mato Grosso. Ela então foi levada à delegacia e está presa por tráfico de pessoas.
À polícia, a mulher afirmou que '''ganhou'' a criança e iria leva-la até Sorriso.