“Grave ameaça e violência à pessoa”. Esses foram alguns dos argumentos do juiz Aluizio Pereira dos Santos para manter atrás das grades Jéssica Neves Antunes e Lucimara Rosa Neves, mãe e filha envolvidas no assassinato da pecuarista Andreia Aquino Flores, 38 anos, na última quinta-feira (28).
Elas, de 24 e 43 anos, tiveram a liberdade negada em audiência de custódia realizada neste sábado (30). A defesa de Jéssica chegou a alegar que ela estaria sofrendo ‘tortura física e psicológica’.
No documento judicial, foi imputado às duas o crime de latrocínio, tecnicamente ‘roubo qualificado, se da violência resulta em morte’. A pena prevista é de 20 a 30 anos de reclusão e multa. O latrocínio é considerado como crime hediondo desde 1990.
O que diferencia o latrocínio do homicídio simples é o dolo, ou seja, a intenção do criminoso.
Sobre o pedido de liberdade, o magistrado registrou que ‘pelas condições do delito, em especial pela natureza do crime, praticado com emprego de grave ameaça e violência à pessoa, bem como pela ausência de comprovação de trabalho lícito e residência fixa, entendo não ser recomendável a concessão de liberdade provisória’
O fato delituoso é grave, foi praticado mediante violência ou grave ameaça à pessoa, de modo que infiro não ser recomendável a concessão de medidas cautelares mais brandas – juiz Aluizio Pereira dos Santos
O CRIME
Andreia foi encontrada morta no condomínio onde morava, no bairro Chácara Cachoeira, região nobre de Campo Grande. A mãe e filha foram presas no mesmo dia e o caso vem tendo estranhos desdobramentos.
Em depoimento à polícia, Lucimara disse que queria forçar a patroa a assinar um contrato, solicitado pela irmã de Andreia. Ela disse que a irmã ofereceu R$ 50 mil para a empregada convencer Andreia a assinar o documento.
Segundo a empregada, a irmã de Andreia não sabia que ela estava arquitetando um falso roubo na residência.
Lucimara alega que Andréia foi morta por Pedro após reagir ao roubo.