Em busca de justiça pela morte de Letícia Machado Gonçalves, de 19 anos, atropelada e morta em um acidente de trânsito que teria sido provocado por Lucca Assis Mandetta, na noite do último domingo (25), a família da jovem prepara um manifesto no mesmo cruzamento das ruas 14 de Julho com Marechal Rondon, no centro de Campo Grande.
O movimento começou a ser realizado ainda nesta quinta-feira (29) nas redes sociais, puxado também pelo marido Yuri Neri da Costa. Ele, inclusive, além de pedir que o folder da manifestação seja espalhado, também foi idealizador da hashtag #JustiçaPelaLetícia.
"Sei que está com papai do céu agora minha princesa, de forças para nós, não vamos te esquecer jamais, a justiça vai ser feita em nome de Jesus", publicou em seu perfil.
O movimento em busca de respostas e por justiça pela morte da motociclista, que estava seguindo para o trabalho naquela data, acontece neste sábado (31), às 14h. "Convidamos vocês para pedirmos justiça", diz a mensagem do folder.
Sem ajuda e depoimento de testemunha
Lucca Mandetta e a família ainda manifestaram qualquer sinalização de ajuda ou amparo para familiares de Letícia, conforme dito anteriormente pelo advogado Francisco Albino.
Durante a quarta-feira (28), homem de 40 anos, considerado testemunha ocular do acidente, confirmou para a polícia que Lucca Mandetta furou o sinal vermelho do cruzamento e atingiu Letícia. Ele prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (28) na sede da delegacia.
Em seu depoimento, a testemunha explicou que seu primeiro contato com o veículo de luxo foi propriamente na rua Marechal Rondon, mas no cruzamento anterior - com a Avenida Calógeras. Ambos pararam no sinaleiro e saíram ao mesmo tempo, mas ele parou no semáforo com a rua 14 de Julho e percebeu que Lucca seguiu viagem.
Para a polícia, ele conta que chegou a questionar a si mesmo sobre o condutor não ter visto o sinal vermelho, quando ouviu uma buzina e presenciou o veículo de luxo atingindo a motocicleta. A testemunha desceu do seu veículo e foi prestar os primeiros atendimentos à vítima, e, ao se aproximar, percebeu que Letícia estava imóvel e sem batimentos.
Lucca, naquele instante, também desceu do veículo e voltou para a cena do acidente. Foi quando a testemunha perguntou para ele se não tinha visto o sinal fechado, recebendo supostamente a resposta: "não vi". O rapaz ficou nervoso e se ajoelhou, passando a rezar pela vida da motociclista e pontuou: "Espero que ela esteja bem".
O acidente
Segundo o boletim de ocorrência, Lucca Mandetta seguia em um carro BMW pela Rua Marechal Rondon, no sentido oeste-leste, e Letícia trafegava em um veículo Honda Biz pela Rua 14 de Julho, no sentido sul-norte, quando no cruzamento das vias ocorreu a colisão entre a frontal da BMW e a lateral esquerda da Honda Biz.
Lucca ficou no local do acidente e aceitou fazer o teste de alcoolemia, mas depois foi orientado por um advogado a recusar. A Polícia Militar informou que não havia sinais de que ele estivesse bêbado, apesar da decisão.