Rafael da Silva Duarte ainda está sendo julgado nesta tarde de quinta-feira (12), na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. O julgamento do réu é referente à morte do jovem Richard Alexandre Lianho e começou por volta das 8h da manhã.
Alexandre foi morto a tiros, além disso, a vítima teve braços e cabeça cortados, em decorrência da rivalidade entre as facções PCC (Primeiro Comando da Capital) e Comando Vermelho.
O corpo de Richard Alexandre Lianho foi encontrado no dia 15 de fevereiro de 2017, no penhasco da Cachoeira do Céu – Céuzinho. Segundo tese do Ministério Público, o jovem teria sido capturado no dia anterior e mantido em cativeiro por integrantes do PCC, em razão de ser membro do Comando Vermelho e ter se envolvido com a esposa, e também acusada, de elemento da facção oposta.
A mulher teria marcado encontro amoroso com a vítima, mas, na verdade, tratava-se de uma emboscada. A mando do marido, dois adolescentes e o acusado teriam prendido e submetido a vítima ao “tribunal do crime”.
Após “conferência” por telefone com outros integrantes do PCC, teria ficado decidido o destino da vítima: a morte. Assim, dado o veredicto, a execução de Richard foi filmada por um dos adolescentes. Ele foi morto com tiros na cabeça, efetuados pelos menores, sendo que depois tentaram esquartejar seu corpo, cortando os braços e a cabeça. O corpo, então, foi jogado na ribanceira da cachoeira pelos menores e pelo acusado, como tentativa de ocultação.
O réu foi pronunciado nos crimes de homicídio qualificado pelo motivo torpe, ocultação de cadáver, corrupção de menores e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito.
Quanto à mulher envolvida, o processo foi desmembrado, tendo em vista que não foi localizada até a presente data, seguindo a acusação contra ela em autos apartados para evitar o atraso no andamento do processo de seu comparsa. No final do mês passado, porém, foi enviado novo mandado de prisão em seu desfavor para as autoridades policiais.
Para a sessão de julgamento, o juiz responsável pelo caso, Carlos Alberto Garcete de Almeida oficiou à comarca de Três Lagoas, requisitando que os dois menores, que se encontram recolhidos na Unei do município, prestem seus depoimentos por videoconferência durante a sessão. O magistrado também enviou ofício ao Comando-Geral da Polícia Militar solicitando reforço policial para o julgamento, vez que o crime teria sido acarretado por conflitos entre facções criminosas rivais.
O Corpo de Bombeiros, por sua vez, solicitou ao juiz reserva de assentos para que integrantes de seu quadro possam assistir ao julgamento e, assim, tenham um contato mais próximo com o judiciário no desempenho de suas funções.