Após 36 anos, uma mulher de 46 anos, que reside em Campo Grande, ainda carrega as marcas de estupro cometido pelo avô paterno. Ela aceitou contar o caso ao TopMídiaNews, para servir de alerta para que outras crianças não sejam vítimas do crime.
Aos 10 anos, ela estava brincando com bolinhas de gude, na casa do avô, no estado de Santa Catarina, quando se tornou alvo do estuprador.
“Tenho um tio que tem a minha idade. Estávamos na sala brincando, ele brincando com pião e eu tinha bolinha de gude. Chamaram a gente para comer, não prestei muita atenção, continuamos brincando. Minutos depois, almoçamos e, depois, eu fui deitar. Deitei em um colchão no chão. O pai da minha mãe, eu não tenho coragem de chamar essa pessoa de avô. Ele chegou com nariz de palhaço e me estuprou”, diz a mulher.
Em estado de choque, a mulher diz que contou para a mãe e foi apontada como culpada.
“Eu levantei, não conseguia chorar, nem dar risada, virei para minha mãe e pedi para ir embora. Contei o que tinha acontecido para minha mãe. Ela falou que a culpa era minha porque eu usava short. Eu era uma criança que usava short, saia, vestido. Ela falava que eu dava em cima do pai dela. Contei para meu tio, porque ele percebeu que eu comecei a ficar estranha, tenho pavor de palhaço até hoje. Eu não queria mais ir para a casa deles. Eu ficava trancada ou no carro, ou no quarto. Contei para meu tio, mas ele não podia denunciar porque era pai dele”, relembra a mulher.
Ao chegar em casa, ela contou para o pai o que tinha acontecido. “Ele me levou para casa dos avós paternos. Eu fui criada pelos meus avós paternos. O que sou hoje, devo aos meus avós paternos. Eu me afastei, tive dois tios que acreditaram em mim e avó paternos. Meu avô pediu ajuda para saber onde estava a pessoa que me estuprou e dar uma lição. Eu tentei pedir ajuda, achava que minha mãe ia me defender, mas ela não defendeu. Tem que prestar atenção nos sinais, meus avós me ajudaram a superar, eu não me travei por completo, poderia ser uma adolescente rebelde e não virei”.
A mulher faz um alerta e pede para a sociedade ficar de olho nos sinais que as crianças, vítimas de algum crime, apresentam.
“Naquele caso do menino Henry, ele dava sinais, vomitava quando era para ir para casa da mãe. São sinais, quem sofreu algum abuso, violência, são esses os sinais. Eu deixava claro para minha mãe, eu tinha medo de homens chegarem perto de mim, achava que ia fazer a mesma coisa”, diz a mulher.