Mulher de 22 anos, acusada de maus-tratos a dois cachorros, que estavam acorrentados há quatro meses no relento, disse, em depoimento, que não tinha dinheiro para comprar uma casinha ou construir um canil para os animais. Ela foi presa em flagrante na terça-feira (10), após a Polícia Civil constatar o crime no bairro Guanandi II, em Campo Grande.
Segundo a ocorrência, a mulher havia recebido notificação em 30 de julho. O fiscal deu prazo para ela regularizar a situação, o que não foi feito até a nova visita.
Os cães estavam sem comida, sem água, presos com corrente e um fio, e não tinham abrigo do sol ou frio. Eles estavam com aparência debilitada e foram encontrados com a corrente emaranhada uma na outra, impossibilitando um deles de se mover direito.
Sobre toda essa problemática, a tutora justificou que alimenta os cães duas vezes por dia e que eles derrubam os potes de água. Ela afirma que viu o emaranhado, mas esqueceu de desenrolar a corrente e permaneceu em casa.
Em relação à magreza dos bichos, a mulher afirma que é o aspecto físico deles e que o marido ajeitou pedaços de guarda-roupa e palets como um abrigo temporário, pois eles não têm recursos para construir um canil ou comprar uma casinha.
Mesmo com todas as justificativas, a mulher teve a voz de prisão ratificada pelo delegado Maercio Barboza.
O caso
A Polícia Civil resgatou dois cães eram mantidos há cerca de quatro meses amarrados na grade da janela de uma casa do bairro Guanandi II, sem-abrigo e expostos ao tempo. Os bichinhos estavam sofrendo maus-tratos e foram tirados do local na terça-feira (10).
Segundo a Polícia, a ação foi realizada pela Decat (Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).
Testemunhas contaram que os cães não recebiam água e alimentação de forma regular, o que agrava ainda mais a situação de sofrimento.
Conforme parecer emitido pelos médicos veterinários da SUBEA, “os animais se encontravam debilitados, magros, desidratados, sem nenhum tipo de abrigo, sem alimento e sem água, correndo o risco de desencadear uma hipertermia, o que caracteriza situação de emergência, visto que os animais poderiam vir a ter um colapso respiratório, desmaios, convulsões e até mesmo a morte pela exposição à situação constatada”.
A tutora de 25 anos que estava na casa na hora do resgate foi presa e autuada em flagrante. A pena máxima do delito de maus-tratos supera quatro anos.
Os dois cães foram resgatados, encaminhados ao CCZ e após triagem e exames de praxe poderão ser entregues para Lar Temporário até que ocorra a almejada adoção.