Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi atingida na cabeça por um tiro de fuzil durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal, enquanto a família ia para uma ceia de Natal, na noite do dia 24 de dezembro, está “sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis”, afirma o último boletim médico sobre o estado de saúde da jovem.
Divulgado nesse domingo (5), o documento ainda afirma que Juliana respira sem necessidade de ventilação mecânica e tem boa interação com o ambiente e as pessoas.
Ao Metrópoles, Dayse Rangel, mãe de Juliana, afirmou estar muito feliz com a recuperação da filha.
''Muita benção e muita oração! Cada coisa que ela faz, mesmo que seja pequena, a gente comemora!'', conta. A jovem se recupera bem e interage com o olhar e com a cabeça, já conseguindo mover de leve as mãos, de acordo com Dayse.
Ainda de acordo com a mulher, Juliana não se lembra de nada que aconteceu na noite em que foi baleada por agentes da PRF. “A gente pergunta se ela lebra de alguma coisa e ela sinaliza que não [com a cabeça].”
Relembre o caso
Na noite de véspera de Natal, 24 de dezembro, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, junto com o pai, a mãe, o irmão e a cunhada, seguia até a casa de uma das irmãs para a ceia. Entretanto, ao passar pela rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, todos foram surpreendidos por policias rodoviários federais, que efetuaram disparos de arma de fogo contra o carro da família.
Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na nuca e o pai, da Silva Rangel, na mão. De acordo com a mãe de Juliana, Dayse Rangel, de 49 anos, os PRFs Camila de Cassia Silva Bueno, Leandro Ramos da Silva e Fábio Pereira Pontes, envolvidos na abordagem, acusaram a família de estar atirando contra a viatura. Porém, ao perceber a aflição de Dayse, os policiais teriam se desesperado.
''Eles pegaram a minha filha e botaram a mão na cabeça, se jogaram no chão e começaram a bater no chão, ficaram andando de um lado para o outro, vendo a merda que fizeram com ela. Eles nem para socorrer a minha filha. Eles não socorreram'', relembra Dayse. Juliana foi socorrida por policias militares que passavam no local e levada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, onde segue internada em estado gravíssimo.
Ao Metrópoles, a mãe de Juliana relatou que os policiais atiraram contra a família para matar e que era para todos que estavam no carro terem morrido. “Era para a gente estar todo mundo morto. Eles já deram tiros para matar todo mundo, cara. Te juro, eles alvejaram o carro, a gente abaixou, mas ela não abaixou. O tiro pegou na nuca dela”, relatou.
Segundo a mãe, os policiais, em nenhum momento, pediram para o carro da família parar. Os policiais foram afastados das atividades operacionais por um período de 30 dias e serão investigados pelo Ministério Público Federal (MPF).