O ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Jerson Domingos, foi preso nesta quinta-feira (18), entre outros motivos, por ser o porta-voz da milícia de Jamil Name. Ele chegou a dar fuga para Jamil Name Filho e soube antes que a operação Omertà iria alcançar o sobrinho. É o que apontam os documentos da investigação, obtidos pelo TopMídiaNews.
Conforme o pedido de prisão feito pelo Gaeco e Garras à Justiça, seis dias antes da primeira fase da operação ser deflagrada, Domingos, que é cunhado de Jamil e tio de Jamilzinho, orientou uma terceira pessoa para que esta apagasse mensagens no WhatsApp, já que uma operação policial poderia prender os membros da organização.
Jerson, de posse das informações privilegiadas, foi quem levou Jamilzinho até a fazenda de Fahd Jamil, em Ponta Porã, onde o sobrinho ficou escondido por semanas e também foi buscá-lo.
Ainda conforme a apuração do Gaeco, assim que Name e o filho foram presos, em 27 de setembro de 2019, Jerson passou a ser o porta-voz da organização criminosa. Era ele que discutia os rumos da defesa dos dois com o advogado Davi Olindo Moura.
Jerson tem vínculo com o grupo de extermínio. (Foto: Wesley Ortiz)
Para provar que Jerson tem relevância extrema na organização, o Gaeco exibiu mensagem de WhatsApp entre Domingos e Davi Olindo, no qual o ex-deputado afirma que foi procurado por Paulo Roberto Teixeira Xavier, pai de um jovem morto pela quadrilha de Name, e que este lhe pediu dinheiro para deixar o Estado. Jerson teria dito que iria levar esse pedido ao ‘’chefe’’ Jamil Name.
Em outro trecho, o Gaeco aponta que o vínculo entre Jerson e Jamil é antigo e vai além do parentesco. Ambos seriam chefes do jogo do bicho em MS e até uma reportagem do Fantástico, da Globo, foi citada, quando um funcionário foi pego vendendo apostas dentro da Casa de Leis.
Algo mais grave ainda, diz o Gaeco, é que Jerson recebia as informações de Jamil Name, que está preso em Mossoró (RN), por meio do advogado Adailton Raulino Vicente da Silva. Jerson seria o responsável por fornecer armas que seriam usadas para matar um promotor de Justiça e um delegado do Garras.
Outras 16 pessoas foram alvo da Omertà. As investigações continuam.