Olivander Rodrigues Nogueira da Silva, 27 anos, pode ter sido assassinado pelo próprio cunhado, de 35 anos, no final da tarde deste domingo (27), na rua Capanari, no Nova Serrana, em Campo Grande.
O histórico violento da vítima também pode ter contribuído para a sua morte. O suspeito fugiu do local em um Fiat Uno Mille logo após a execução.
A hipótese tratada inicialmente é que uma emboscada possa ter sido feita contra Olivander. Tanto que o boletim de ocorrência foi registrado como homicídio qualificado pela traição, de emboscada, ou mediante a dissimulação, ou outro recurso que dificulte a defesa.
Em relação ao jeito violento, a esposa, de 33 anos, contou para a Polícia Militar que seu marido a agredia constantemente e ainda ameaçava de morte seus familiares. No sábado, o rapaz teria ido até à casa da sogra, no bairro Tiradentes, discutido com ela e a agredido, desagradando seu cunhado, conforme o boletim de ocorrência.
O suspeito mora duas casas depois do local do assassinato. Militares se deslocaram até o local e encontraram a esposa do autor, que terá a identidade preservada, que relatou que seu marido havia disparado várias vezes, mas que ele deixou a cena do crime e não sabia dizer para onde ele foi.
A mulher também confirmou a versão da esposa de Olivander, no qual diz que após ele ter deixado o presídio, a vítima aterrorizava todos os familiares com ameaças e seus vizinhos. Em uma oportunidade, o rapaz disse que jogaria todos os móveis da esposa na rua.
Ainda segundo relatado pela mulher do autor, ele teria dito que arranjaria um caminhão para evitar mais problemas. Mas neste domingo, vítima e autor chegaram na casa com o veículo, no momento que a esposa de Olivander não estava. Foi nesse momento que o suspeito aproveitou para ficar a sós e efetuar os sete disparos que atingiram a região da cabeça do rapaz.
O suspeito deixou o local com um carro que pertence ao seu sobrinho. A vítima foi encontrada caída em um cômodo da casa pelos policiais militares com uma poça de sangue ao lado.
Pequenas porções de maconha foram encontradas na casa da vítima. Outra coisa achada foi uma balança de precisão.
Marcado por homicídio
Olivander Rodrigues já participou de um homicídio quando matou seu tio, José Renato Rodrigues, aquela época com 56 anos, na festa de fim de ano, no dia 31 de dezembro de 2012. Na época, a vítima tinha 18 anos e teve uma discussão com sua esposa após ter ingerido bebida alcoólica, mas seu tio interviu.
Olivander chegou a ser expulso da casa, mas retornou para agredir a esposa, entrar em luta corporal com o parente e conseguir desarmá-lo, retirando a arma e efetuando um disparo no pescoço do tio.
Preso no mesmo dia, o rapaz foi julgado quatro anos depois recebendo uma pena de 12 anos de reclusão - pena mínima prevista para homicídios, mas tudo isso por conta dele, na época, não ter antecedentes criminais e ter idade inferior a 21 anos, conforme é descrito na lei.
A vida cobrou dez anos mais tarde
Enquanto carregava o peso de ter matado o tio dez anos atrás, Olivander foi assassinado neste domingo com pelo menos sete disparos, que atingiram a região da cabeça.
A URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) do Corpo de Bombeiros chegou a ser acionada, mas como o estado de Olivander era considerado gravíssimo, pouco pode ser feito para reverter o quadro e a vítima morreu no local.
A Polícia Militar, Polícia Civil e Perícia estiveram no local, fazendo todos os levantamentos possíveis. O GOI (Grupo de Operações e Investigações) também esteve na residência para tentar detalhes do suspeito que cometeu o crime e qual seria a motivação.
A investigação deve ser repassada ao longo da semana para a 3° Delegacia de Polícia Civil, responsável pela área em que aconteceu o assassinato.
* Matéria editada às 21h33 do dia 28 de fevereiro para correção de informações