Após ser preso na região Norte de Campo Grande, Genilson Silva de Jesus, de 41 anos, confirmou que assassinou a esposa, Ramona Regilene Silva de Jesus, 44, no último domingo (4), na residência da família no bairro Portal Caiobá, em Campo Grande. O autor foi apresentado na manhã desta quinta-feira (8), na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), e alegou que os dois iniciaram uma briga, após Genilson afirmar que ficaria com uma travesti durante uma brincadeira entre amigos dentro do carro.
"A briga começou depois de uma brincadeira entre amigos. Mexemos com uma travesti e, depois, eles fizeram uma brincadeira perguntando se eu ficaria com a travesti que estava na rua. Eu brinquei dizendo que se até o Ronaldinho Fenômeno ficou, porque eu não ficaria. Ela ficou brava e começou a brigar quando chegamos em casa", disse o autor.
Genilson afirmou que agiu em legítima defesa, alegando que a esposa teria se apossado de uma faca e apontado para ele durante a discussão. Em seguida, ele afirmou que pegou outra faca e cometeu o crime. A delegada Anne Karine Sanches afirmou que não acredita na versão de legítima defesa relatada pelo autor, que desferiu dez golpes contra a vítima, acertando nove no abdômen e uma nas costas, que teria atravessado o corpo da mulher. "Ninguém desfere dez facadas para se defender, a não ser que seja para matar".
A delegada que atendeu a ocorrência no dia do crime, Fernanda Félix, disse que, ao chegar no local, constatou marcas no quarto que comprovam que o autor teria encurralado a vítima, que tentou fugir e continuou sendo golpeada. Ao chegar na casa da vizinha, que mora na residência da frente, Ramona caiu na varanda e continuou sendo golpeada pelo marido.
De acordo com a delegada Fernanda, testemunhas relataram que o casal sempre fazia o uso de bebida alcoólica e tinham discussões frequentes. Ramona foi encontrada morta, seminua, vestida apenas com um short e calcinha. O autor alegou ainda que puxou a blusa da vítima no momento em que ela tentou correr e a peça de roupa acabou rasgando.
Após o assassinato, ele alegou que fugiu para um matagal próximo, acionou um Uber e foi para a casa da irmã, onde foi capturado pela polícia. Genilson vai responder por feminicídio de motivo fútil.