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Polícia

há 6 anos

Há 23 dias, pais adotivos sofrem a angústia do sequestro da filha de seis anos

Ela foi levada pela mãe biológica, considerada foragida, que não tem direito da guarda e nunca conviveu com a criança

Já se passam mais de três semanas desde o desaparecimento de Maiza Valentina Mattos Carvalho, de seis anos, que foi 'sequestrada’ pela mãe biológica, Gleice Mara Dias. A menina foi levada da família adotiva, em Bela Vista, a 316 km de Campo Grande, no dia 1º de julho.

Não se sabe se ambas foram para Rondonópolis, Mato Grosso, município onde vive a mulher, apesar da polícia do Estado também ter sido acionada para auxiliar nas buscas. A família adotiva chegou a ir até o município e conversou com o atual marido de Gleice, que afirma não saber sobre seu paradeiro.

Pai adotivo, o servidor público João Gomes Carvalho diz passar dias de angústia à espera de qualquer notícia sobre a filha. “É muito estranho tudo isso, o marido dela estar lá solto, trabalhando, claro que ele deve saber de alguma coisa. Se a Justiça quisesse, com tanta tecnologia disponível, já teria alguma pista, mas cada vez que perguntamos recebemos informações desencontradas, isso quando respondem algo”, lamenta.

Maiza não chegou a conviver com a mãe biológica, que cedeu a guarda da filha quando ela tinha menos de dois anos para João e Mary Garcia Mattos Carvalho, irmã do pai biológico da menina. A falta de intimidade com Gleice, a saudade que deve sentir de casa e falta de condições de vida, como o acesso à escola, preocupam os pais adotivos.

“Ela foi levada quando começou o processo de alfabetização escolar, sem mais nem menos, saiu de todo o amparo e dinâmica do nosso lar, para ir pra onde? Acreditamos em Deus e queremos acreditar na Justiça, mas tem sido muito difícil”, diz João.

Ele menciona ainda que a mulher já teria cedido a guarda de outras duas filhas, hoje com 16 e 14 anos, que têm idades suficientes para escolherem não viver com Gleice. Por isso, o alvo foi a mais nova, desde janeiro deste ano, quando disse ter se arrependido de abrir mão da filha para viver em Portugal, ida que não se concretizou.

Briga judicial 

Gleice Mara Dias chegou a gravar um vídeo onde, com a certidão de nascimento da filha em mãos, afirma que não vai devolver a criança enquanto a Justiça não lhe conceder a guarda definitiva.

Em contrapartida, a família adotiva divulgou todos os documentos provando que são os responsáveis legais pela garota. A irmã da criança publicou em sua página pessoal a procuração, assinada pelos pais biológicos, onde nomeiam os tios como os responsáveis pela guarda.

O documento, registrado em cartório, foi assinado em 2014. No ano passado, o casal ganhou na Justiça a guarda definitiva de Maiza.

João relatou que o juiz já revogou a liminar que garantia as visitas da mãe biológica com a criança e agora a mulher é considerada foragida.

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