Os guardas municipais Rafael do Carmo Peixoto, Igor Gunha e Eronaldo Vieira, presos durante a operação Omertà, foram ouvidos na manhã desta quinta-feira (3), na sede do Gaeco, na Rua Rio Doce, no Jardim Veraneio, em Campo Grande.
Conduzem as investigações os promotores Thiago Freire, Cristiane Mourão, Gerson Eduardo de Araújo e o juiz Marcelo Ivo.
O advogado do sindicato dos guardas, Márcio Almeida, disse que os depoimentos dos clientes e fotos nos autos do processo comprovam que o vínculo dos agentes com família Name não tinha nada de ilícito.
Eronaldo, único com porte de arma, atuava há dois anos com a família. Ele disse que prestava serviços de motorista e serviços gerais para família. Além disto, segundo o advogado, ele teria indicado o ‘bico’ para Peixoto e Cunha, que atuavam para a família há 6 e 4 meses, respectivamente.
O advogado destacou que os clientes eram responsáveis por levar as crianças no shopping. Ele pontou que interceptações telefônicas apresentadas nas investigações comprovam isso.
Sendo assim, Márcio reforça que não houve nada ilícito, já que a guarda não pede exclusividade. O advogado pontuou que já fez o pedido de revogação da prisão e está confiante no resultado.
Investigação
As investigações do GAECO começaram em abril deste ano e foram instauradas para apoiar outra apuração, que estava a cargo do Garras. A Polícia Civil investigava três assassinatos, que agora são atribuídos a essa milícia, sendo que os mortos foram Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier.
Em maio deste ano, GAECO e Garras conseguiram prender o guarda municipal Marcelo Rios e dois colegas dele, no dia 19, de posse de um arsenal - 2 fuzis AK 47, 4 fuzis 556, 11 pistolas 9 mm, dentre outros - em uma residência no bairro Monte Líbano. Nesta apreensão houve participação do BPChoque.
Operação Omertà
A operação tem o nome de Omertà, uma referência à máfia siciliana e napolitana, que quer dizer o código do silêncio e família. A ação teve apoio de 17 equipes do Garras, Gaeco e Batalhão do Choque. Em Campo Grande, foram cumpridos 44 mandados, sendo 13 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 de busca e apreensão.