Os golpes online não são novidade. Desde que a tecnologia passou a fazer parte da rotina das pessoas, os especialistas em segurança na internet alertam para ter cuidado com e-mails, mensagens com links suspeitos ou soliciando qualquer tipo de informação pessoal.
No entanto, dessa vez, a imagem que circula nas redes sociais e aplicativos de mensagens tem como alvo as crianças. Nela os personagens da Turma da Mônica — bastante conhecidos do público infantil — dizem estar "procurando um novo amigo". Para fazer parte da "turminha", basta informar algumas informações do cartão de crédito da mamãe.
Por meio da assessoria de comunicação, a Mauricio de Sousa Produções (MSP) informa que "não tem nenhuma relação com a postagem fake que circula na internet e aplicativos de mensagens, como WhatsApp, usando indevidamente as imagens dos personagens da Turma da Mônica, solicitando para as crianças o envio de dados de cartão de crédito e CPF de seus pais. A MSP alerta para que não se repasse esse tipo de conteúdo falso adiante".
Segundo a especialista em segurança na internet, Kalinka Castelo Branco, da Universidade de São Paulo (USP), informações pessoais jamais devem ser repassadas pela internet ou aplicativos de mensagens. "Os pais correm o risco — eu diria que de 99% — de terem compras sendo executadas em seu cartão de crédito. Em geral, quando se faz uma compra online, essas são as informações solicitadas", diz.
Como proteger a família?
O primeiro passo, segundo Kalinka, é habilitar um serviço (junto ao banco) para que o titular do cartão receba uma mensagem de texto informando cada compra realizada. "Nesse caso, a pessoa percebe rapidamente que tem algo errado e pode ligar para o banco, impedindo que outras compras sejam feitas. Independente disso, será difícil cancelar a primeira compra, a não ser que se prove que os dados foram roubados", explica.
O próximo passo é ter uma conversa com os filhos. "Os pais têm que informar as crianças que não devem fornecer nenhuma informação na internet. A criança que consegue fornecer os dados já sabe escrever e, por isso, já tem capacidade para entender o que pode ou não fazer. Sabemos que muitas vezes é tentador, mas cabe aos pais tentarem (e relembrarem) sempre os filhos que informações — não só de cartão de crédito, mas também endereço, número de telefone, dados pessoais, nomes dos pais, etc — nunca devem ser colocadas de forma pública e que isso pode causar muitos problemas", alerta.
Segundo a especialista, existem sites que falam sobre esse perigo de forma lúdica, através de vídeos e cartilhas de segurança. "Um exemplo é o NIC.br, entidade sem fins lucrativo que executa as decisões do Comitê Gestor da Internet no Brasil", sugere Kalinka.
* Matéria editada às 14h40 de 4/9 para correção