O médico ginecologista e obstetra, Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, se defendeu em entrevista para a TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás, nesta terça-feira (6).
Ele ficou preso preventivamente por cinco dias, suspeito de assediar sexualmente pacientes durante procedimentos médicos, conforme o Metrópoles. O Ministério Público de Goiás recorreu da decisão judicial que o soltou. Ao menos 50 vítimas já procuraram a Delegacia da Mulher de Anápolis, a 55 km de Goiânia.
“É muito complexo. Eu brinco com algumas coisas. Às vezes nisto, eu pequei realmente. Você brincar com algumas coisas, não foi meu objetivo”, declarou o ginecologista.
De acordo com investigação da Polícia Civil de Goiás, Nicodemos tentava estimular sexualmente as pacientes durante exames. Além disso, enviava mensagens de cunho sexual pelo celular.
“É até um erro meu, concordo, brinca por WhatsApp, faz alguma brincadeira, comenta alguma coisa de uma forma inadequada. Concordo que fiz isso e estou errado, mas nunca, em nenhum momento, eu toquei em uma paciente com o objetivo de ter prazer sexual ou de fazer ela ter um prazer sexual, porque o objetivo ali é um exame físico”, alegou o médico à TV Globo.
Condenação e várias denúncias
Ainda segundo o site, Nicodemos chegou a ser condenado em primeira instância por importunação sexual em 2020 por um crime cometido em 2018. A condenação é do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).
Segundo depoimento da vítima, que tinha 18 anos na época, o médico teria introduzido o dedo no órgão sexual dela enquanto encostava nela por trás. A jovem procurou a delegacia para denunciar o caso no mesmo dia. Ela fazia um exame de ultrassonografia intravaginal, em uma clínica no Samambaia (DF).
Uma outra paciente do Paraná chegou a denunciar o ginecologista, mas o caso foi arquivado. A investigação de Goiás começou com três casos de vítimas de Anápolis, mas depois que o profissional foi preso, 53 mulheres procuraram a polícia para denunciá-lo, até esta terça-feira (5).
Nicodemos saiu da prisão, mas segue monitorado com tornozeleira eletrônica, além de estar impedido judicialmente de sair de Anápolis ou realizar exames e consultas.