Operação do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), nesta quarta-feira (24) para desarticular organização criminosa contra o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas em cinco estados brasileiros.

Foram cumpridos 55 mandados judiciais de prisão preventiva e busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Ponta Porã, São Paulo e Fortaleza. A organização é composta por aproximadamente 40 membros, incluindo um policial militar, um servidor público municipal e três advogados.

A investigação revelou que o grupo criminoso atuava não apenas no tráfico de drogas, mas também no comércio ilegal de armas de grosso calibre, como fuzis e submetralhadoras, além de granadas, munições e outros materiais bélicos. Para lavar o dinheiro proveniente das atividades ilícitas, utilizavam métodos sofisticados como empresas fictícias e contas bancárias de terceiros, além da aquisição de veículos de alto valor em nome de laranjas.

O líder da organização, Rafael da Silva Lemos, conhecido como “Gazela” e/ou “Patrão”, acumula condenações que somam mais de 49 anos de prisão. Mesmo encarcerado, Rafael coordenava as atividades do grupo de dentro do sistema penitenciário, utilizando-se de celulares e entrevistas reservadas com advogados para transmitir ordens aos membros da organização.

As investigações tiveram início a partir da análise de um celular apreendido com uma advogada durante a Operação Courrier. A advogada, que havia sido presa, mas beneficiada com prisão domiciliar, mantinha contato com Rafael para obstruir investigações, lavar dinheiro e cometer outros crimes.

Durante as investigações, foram apreendidas mais de 4 toneladas de maconha, 3 mil comprimidos de ecstasy, centenas de munições e carregadores de fuzil e pistolas. Estima-se que as apreensões tenham causado um prejuízo ao crime organizado superior a R$ 9 milhões.

Rafael da Silva Lemos, que fugiu do sistema penitenciário em dezembro de 2023, durante um deslocamento para consulta médica, ainda está foragido e é procurado pela Justiça. Informações sobre o paradeiro do líder da organização podem ser fornecidas à Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso do Sul pelos telefones “127” e “0800-999-2030” ou pelo site mpms.mp.br/ouvidoria.

O nome da operação, Last Chat (último bate-papo, em tradução livre), faz referência ao encerramento do contato entre os membros da organização presos e o mundo externo, decorrente da Operação Last Chat.