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Polícia

17/03/2022 16:22

Fonoaudiólogo usava brincadeiras e doces para ocultar estupros (vídeo)

Segundo delegada, autor tinha um 'modus operandi' de ação; Wilson ficou em silêncio durante interrogatório

O fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo ficou em silêncio durante os interrogatórios da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), na tarde desta quinta-feira (17), em Campo Grande. Ele está preso na Gameleira 2 e foi à delegacia exclusivamente para prestar depoimento.

“Ele foi interrogado nos três inquéritos de estupro de vulnerável. Então ele foi interrogado três vezes hoje. Em todas as vezes, ele manifestou o desejo de permanecer em silêncio e falar apenas em juízo, mas também não negou nenhuma conduta libidinosa, apenas manteve o silêncio por orientação do seu advogado”, explica a delegada Fernanda Mendes.

Wilson foi preso em flagrante, na última quarta-feira (9), após denúncia dos pais de um menino de 8 anos. A criança contou sobre os abusos para a família, que a orientou a gritar e correr em caso de comportamento estranho. Até o momento, ao menos quatro abusos teriam sido confirmados pela polícia.

“As quatro crianças confirmaram a violência sexual. Ele ofertava doces. Ele pedia para colocar a máscara no rostinho, nos olhos de uma das crianças. A conduta libidinosa normalmente é semelhante entre as vítimas, mas o enrolar da criança geralmente mudava. Usando a maneira lúdica para conseguir o que queria, ou seja, o abuso sexual”, explica a delegada.

Abaixo a entrevista completa com a titular da investigação, Fernanda Mendes:

 
Delegada detalha modus operandi de fonoaudiólogo acusado de estupros

Delegada detalha modus operandi de fonoaudiólogo acusado de estupros

Posted by TopMídia News on Thursday, March 17, 2022

 

Famílias em desespero

Mãe uma criança de 2 anos, uma mulher de 21 anos contou ao TopMídiaNews que Wilson era bem convincente e não deixava os pais acompanharem as sessões. “Ele fala que seria essencial para o desenvolvimento da criança [estar sozinha], pois algumas crianças se acuavam quando os pais estavam junto”.

Segundo a mãe, não é possível saber se seu filho foi abusado porque ele tem dificuldade na fala. Ela chegou a ouvir a criança gritar, mas achou que era normal porque o menino se irrita com certa facilidade e podia estar apenas brincando com o material disponível no consultório. No entanto, em retrospecto, conta que o fonoaudiólogo trabalhava de forma diferente de outros profissionais.

“Meu filho consultava com outra fono. Quando eu entrei na sala, ele até falou que não gostava de trabalhar com celular e o método dele é diferente, mais conversando com a criança. O chão é emborrachado, tatame, e ele ficava brincando com as crianças. Ele foi bem diferente, mas falava que a gente ia conseguir, ele [meu filho] ia começar a falar”.

Mesmo assim, Wilson prometia entregar vídeos das sessões e sempre perguntava sobre o acompanhamento em casa, se a criança conseguiu falar alguma coisa. A jovem mãe ficou assustada quando soube da prisão do profissional e imediatamente procurou a polícia. Na delegacia, encontrou outras famílias preocupadas com os filhos.

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