O fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo, acusado de estupros em série, se mudou de Manaus para Campo Grande em busca de emprego e teria atendido mais de 200 crianças desde que foi contratado na Capital, no dia 12 de abril de 2021. As informações são da delegada Fernanda Mendes, titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Segundo Fernanda, Wilson ficou em silêncio durante todo o interrogatório, mas a polícia confirma ao menos quatro estupros. As vítimas são duas crianças de 4 e 5 anos e outras duas de 8 anos, todos meninos.
“[Nesta quinta-feira, 17] Ele foi interrogado nos três inquéritos de estupro de vulnerável. Então ele foi interrogado três vezes hoje. Em todas as vezes, ele manifestou o desejo de permanecer em silêncio e falar apenas em juízo, mas também não negou nenhuma conduta libidinosa, apenas manteve o silêncio por orientação do seu advogado”, explica a delegada.
A dona da clínica onde Wilson trabalhava prestou depoimento também hoje. A mulher entregou uma lista de 75 crianças atendidas apenas em 2022 e se comprometeu com o levantamento dos demais pacientes, que totalizam mais de 200 crianças. Nem todas foram abusadas, mas todas as famílias serão convocadas para prestar depoimento.
A expectativa é que o inquérito demore cerca de seis meses até que todas as famílias sejam ouvidas. A delegada destaca que a clínica é idônea, com mais 20 funcionários que trabalham de forma séria, e que teve a infelicidade de contratar um fonoaudiólogo que usava a profissão para cometer crimes contra vulneráveis.
Delegada detalha modus operandi de fonoaudiólogo acusado de estuprosDelegada detalha modus operandi de fonoaudiólogo acusado de estupros
Posted by TopMídia News on Thursday, March 17, 2022
A prisão
Wilson foi preso em flagrante, na última quarta-feira (9), após denúncia dos pais de um menino de 8 anos. A criança contou sobre os abusos para a família, que a orientou a gritar e correr em caso de comportamento estranho.
“As quatro crianças confirmaram a violência sexual. Ele ofertava doces. Ele pedia para colocar a máscara no rostinho, nos olhos de uma das crianças. A conduta libidinosa normalmente é semelhante entre as vítimas, mas o enrolar da criança geralmente mudava. Usando a maneira lúdica para conseguir o que queria, ou seja, o abuso sexual”, explica a delegada.