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Polícia

12/01/2022 16:01

Agente penitenciário bolsonarista de Campo Grande quebrou pé de Adélio

Piloto que ficou preso ao lado de Adélio Bispo afirma que um agente penitenciário fã de Bolsonaro teria agredido Bispo até quebrar o pé dele

As hostilidades contra Adélio Bispo, autor da facada contra Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, foram confirmadas por um colega de cela. Ele diz que um agente bolsonarista da Penitenciária Federal de Campo Grande quebrou o pé de Adélio.

O colunista do UOL, Josmar Jozino, divulgou que o piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, 35 anos, acusado de ter prestado serviços para narcotraficantes ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital), permaneceu recolhido na Ala D do presídio, ao lado de Adélio.

Eles, inclusive, tomavam banho de sol juntos. Felipe já está em liberdade, mas revelou à coluna que era o "melhor amigo" de Adélio na prisão. O piloto contou que os dois costumavam jogar damas. 

Agente bolsonarista

Segundo Felipe, Adélio teve o pé quebrado por agentes penitenciários porque não queria ir para o banho de sol e foi levado à força.

Porém, a direção do presídio nega e afirma que, em 8 de outubro de 2019, durante revista para o banho de sol, Adélio não colaborou com os agentes, desobedeceu às ordens, jogou roupas no chão, chutou a porta da cela e teve de ser imobilizado e conduzido à força para o isolamento de 10 dias.

A penitenciária abriu, na ocasião, Procedimento Disciplinar Interno para apurar o caso. Adélio, por sua vez, foi ouvido na sindicância e disse que, logo após o almoço, o agente foi à cela dele e, com tom de voz alto e agressivo, bateu na porta e com rispidez perguntou se ele iria para o banho de sol.

Segundo Adélio, o agente fazia isso só com ele e certa vez jogou até a comida dele no chão da cela. Na sindicância foi dito que o servidor é bolsonarista e costumava dizer que "quem vota no Lula é vagabundo e que Bolsonaro é um homem de Deus".

Felipe diz que chegou a ser perseguido também por testemunhar a favor de Bispo.

Transtorno delirante

Por ser portador de transtorno delirante persistente, Adélio foi considerado inimputável em 14 de junho de 2019 pelo juiz Bruno Savino da Matta, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora.

O juiz também determinou, por medida de segurança, a internação de Adélio em presídio federal por tempo indeterminado ou enquanto não for verificada a cessão da periculosidade dele.

Ele permanece preso em Campo Grande, apesar de odiar o local e dizer que é um “lugar satânico”.

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