A enfermeira do Hospital de Dois Irmãos do Buriti, de 31 anos, agredida por uma mulher de 39 anos, mãe de um paciente usuário de drogas, está traumatizada e pensa em abandonar o posto de trabalho após 10 anos.
O caso aconteceu na última sexta-feira (7) e ganhou repercussão na mídia. A profissional, que terá a identidade preservada, disse que a agressora agiu de forma ‘traiçoeira’ ao fazer a abordagem pelas costas.
“Ela me pegou por trás, nem vi chegando, foi traiçoeira. Eu nem tive reação, quando eu vi, já estava no chão e o motorista me colocando pra dentro do hospital”, pontua. “A médica me deu 14 dias de atestado, está todo mundo com medo dela voltar e querer me agredir de novo”, complementa.
A profissional garante que um dos maiores problemas da unidade é justamente a segurança dos profissionais que ali atuam.
“Nunca foi oferecido segurança pra gente, tem uma estrutura precária, são vários acessos de entrada e saída, a gente não tem segurança nenhuma. Trabalho aqui desde que me formei, há 10 anos, eu luto para ter segurança no hospital, sempre trabalhei ali, sempre atendo paciente alterado, mas nunca chegou a vias de fato, primeira vez”.
Como tudo é muito recente, a enfermeira disse que está se recuperando do trauma e que conhece a agressora há muito tempo. “Vou me recuperar primeiro e ver o que faço. Conheço ela há muito tempo, o filho já deu muito trabalho pra gente, ela também, o pai dela intimida todo mundo, chega lá falando que temos obrigação de cuidar do neto dele”, finaliza.
O que diz a agressora
A agressora prestou depoimento nesta terça-feira (11), na delegacia de Polícia Civil.
De acordo com informações da delegada responsável pelo caso, Karen Viana de Queiroz, ela se disse arrependida de ter cometido a violência.
“Disse que estava com bastante raiva, alegou que foi maltratada pela enfermeira e, por isso, quando voltou para buscar as coisas, agrediu a profissional. Alegou que estava arrependida. Já temos o pedaço do cabelo da menina e a corrente que foi arrancada, agora nós vamos encaminhar ao Fórum, pois todas as partes já foram ouvidas”.
Entenda
O rapaz de 20 anos está internado no local devido a uma ordem judicial para a internação compulsória. Ele está aguardando vaga para tratamento em Paranaíba.
Conforme apurado pelo Blog da Gi, o rapaz já possui diversas passagens desde adolescente por furto, tráfico, ameaças e violência doméstica.
Na sexta-feira (7), funcionários e pacientes sentiram um cheiro estranho, aparentemente de droga vindo do banheiro.
A Polícia Civil foi acionada e um dos investigadores pediu que a enfermeira, 31 anos, ficasse no quarto para acompanhar o trabalho da polícia, de revistar as bolsas de mãe e filho.
Neste momento, já alterada, a mãe do menino teria desacatado os policiais e foi levada para delegacia. Nenhuma droga foi encontrada.
Momentos depois, a agressora voltou ao hospital, jogou a funcionária no chão e arrancou um tufo de cabelo, além de chamar a vítima de vagabunda. Uma colega de trabalho que estava no local presenciou a cena e também foi agredida.
Após as agressões, a mulher fugiu do hospital. O caso foi registrado como lesão corporal, injúria e desacato ao funcionário público.