A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta quinta-feira (30), em Ponta Porã, a 334 quilômetros de Campo Grande, uma empresária paraguaia, que morava no Brasil há 40 anos. Ela não teve o nome divulgado.
Ela tem o nome ligado à empresa investigada por tráfico internacional de armas, que seria, inclusive, fornecedora da arma antiaérea calibre 50 usada para executar o traficante Jorge Rafaat, em junho de 2016.
Segundo a PF, que expediu hoje um mandado de prisão preventiva para extradição contra a empresária, expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), entre as empresas da trama investigada está uma agência de viagens e outra, que movimentou mais de 200 bilhões de guaranis, algo em torno de R$ 143 milhões.
Ainda segundo a PF, o pedido de prisão partiu de uma investigação do Ministério Público e da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do país vizinho, após uma ofensiva contra o narcotráfico em 2016, na cidade irmã de Ponta Porã, em tendo em vista o agravamento da violência devido à disputa de poder entre traficantes após a execução de Rafaat, então chefe do crime organizado na fronteira entre Paraguai e Mato Grosso do Sul.
A força-tarefa também era da Comtecpar SA, que, entre outros negócios, fornecia materiais e produtos ao governo paraguaio, bem como importava e exportava armas e munições. A empresa já havia sido apontada na imprensa paraguaia como responsável por negócios ilegais com artefatos de guerra, como granadas e metralhadoras calibre 50 (capazes de penetrar paredes de concreto e veículos blindados), quando o empresário Carlos Federico León Campos, proprietário da Comtecpar , foi investigado por fornecer a arma usada para perfurar a blindagem do utilitário Hummer, onde Rafaat estava localizado quando foi executado.
Investigada por lavagem de dinheiro e associação criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas, a paraguaia estava na lista vermelha da Interpol (lista de procurados), mas foi presa ao sair de casa, em Ponta Porã. Agora, aguarda o trâmite legal para ser entregue às autoridades paraguaias. A PF não publicou fotos.