Primeira testemunha em audiência que investiga a morte do estudante Matheus Coutinho Xavier, o pai Paulo Xavier contou detalhes sobre o dia da morte do filho, a angústia da tentativa de salvamento e as desconfianças que tem em relação a suposto grupo criminoso liberado pelos empresários Jamil Name e Jamil Name Filho.
O jovem foi assassinado no dia 9 de abril de 2019, no jardim Bela Vista, em Campo Grande, enquanto manobrava a caminhonete do pai para buscar os irmãos na escola. Paulo conta que estava dentro de casa quando ouviu os tiros, que vitimaram Matheus. “Quando saí no portão, uma pessoa disse: ‘atiraram numa pessoa dentro da caminhonete’. Quando saí, vi meu filho todos cheio de sangue, na boca, no braço”.
Paulo narra todo o desespero que sentiu ao tentar salvar Matheus. “Fui me deslocando para a Santa Casa, dirigindo só com uma mão. Disse: ‘calma meu filho, que o pai te ama’. Mas, em certo momento, ele parou de respirar e passei pelo canteiro central da Afonso Pena”, diz emocionado.
Segundo o depoimento, os bombeiros ajudaram a abrir caminho para levar o estudante para o hospital, mas o rapaz não resistiu. Paulo relata ainda que dois dias antes do assassinato, viu um ônix branco, onde estavam Juanil e José Moreira, vigiando a casa.
Paulo Xavier - Foto: André de Abreu/Arquivo
A testemunha também contou de seus anos na apreensão de máquinas de caça-níqueis e, depois do trabalho para o jogo do bicho. Lembrou-se das ameaças de morte, da vez em que foi preso e dos interesses da família Name em terras do advogado Antônio Augusto de Souza Coelho. Finalizou concluindo seu raciocínio que liga a família Name ao assassinato do filho.
Como estão no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, Jamil Name e Jamil Name Filho apenas acompanharam a audiência por viodeoconferência. Neste primeiro momento, eles não devem se pronunciar.