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Polícia

17/03/2022 15:50

Dona de clínica onde fonoaudiólogo acusado de estupros trabalhava presta depoimento

Wilson foi preso em flagrante, na última quarta-feira (9), após denúncia dos pais de um menino de 8 anos

A dona da clínica onde o fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo trabalhava foi à DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), na tarde desta quinta-feira (17), prestar depoimento. Acompanhada pelo advogado Tiago Pitthan, ela será ouvida como testemunha na investigação.

“Ela deixou claro para a delegada para auxiliar em tudo o que for possível, inclusive, já me comunicou que em uma eventual e provável ação penal, está à disposição do Ministério Público também. Ela é mãe, mulher, ser humano também e está chocada como todos nós estamos. É uma clínica que funciona há 10 anos aqui, trabalham mais de 20 funcionários, e ninguém pode prever uma situação dessas”, destacou o advogado.

Wilson foi preso em flagrante, na última quarta-feira (9), após denúncia dos pais de um menino de 8 anos. A criança contou sobre os abusos para a família, que a orientou a gritar e correr em caso de comportamento estranho. Até o momento, ao menos quatro abusos teriam sido confirmados pela polícia.

Mãe uma criança de 2 anos, uma mulher de 21 anos contou ao TopMídiaNews que Wilson era bem convincente e não deixava os pais acompanharem as sessões. “Ele fala que seria essencial para o desenvolvimento da criança [estar sozinha], pois algumas crianças se acuavam quando os pais estavam junto”.

Segundo a mãe, não é possível saber se seu filho foi abusado porque ele tem dificuldade na fala. Ela chegou a ouvir a criança gritar, mas achou que era normal porque o menino se irrita com certa facilidade e podia estar apenas brincando com o material disponível no consultório. No entanto, em retrospecto, conta que o fonoaudiólogo trabalhava de forma diferente de outros profissionais.

“Meu filho consultava com outra fono. Quando eu entrei na sala, ele até falou que não gostava de trabalhar com celular e o método dele é diferente, mais conversando com a criança. O chão é emborrachado, tatame, e ele ficava brincando com as crianças. Ele foi bem diferente, mas falava que a gente ia conseguir, ele [meu filho] ia começar a falar”.

Mesmo assim, Wilson prometia entregar vídeos das sessões e sempre perguntava sobre o acompanhamento em casa, se a criança conseguiu falar alguma coisa. A jovem mãe ficou assustada quando soube da prisão do profissional e imediatamente procurou a polícia. Na delegacia, encontrou outras famílias preocupadas com os filhos.

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