O caso do feminicídio de Lucilene Freitas dos Santos, ocorrido em outubro de 2024, ganhou novos contornos após o depoimento da filha de 12 anos do casal. Em audiência especial, a menina detalhou momentos cruciais da noite do crime e revelou uma tentativa de manipulação por parte do pai, Claudinei Aparecido da Silva, autor confesso do disparo fatal.
Em depoimento à polícia, a filha de 12 anos do casal Claudinei Aparecido da Silva e Lucilene Freitas dos Santos, vítima de feminicídio em outubro, revelou detalhes do crime.
No primeiro relato, prestado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a adolescente afirmou que o pai estava brincando com a arma de fogo quando o disparo ocorreu acidentalmente, atingindo Lucilene. A versão inicial, no entanto, foi desmentida pela própria menor durante um depoimento especializado.
Bastante emocionada, a menina teria contado que o pai a teria pedido para mentir. Claudinei teria passado a orientação à filha antes de fugir da cena do crime.
O segundo relato, no entanto, confirmou que o disparo não foi acidental, como o acusado tentou alegar inicialmente. A filha relatou que estavam todos em casa, fazendo um churrasco até umas 19h. Pouco depois, os irmãos teriam ido dormir cedo, foi quando teriam iniciado as discussões entre o casal.
Ela teria ouvido os pais discutindo, se xingando e o Claudinei teria dito que uma hora eles iam acabar se matando. A menina ainda conta que acordou pouco depois com o barulho do tiro. Ela levantou para ver o que teria acontecido e teria encontrado a mãe caída no chão.
O pai teria fugido em seguida. Desesperada, ela teria buscado um vizinho, que acionou a polícia e os bombeiros. Aos policiais, ela também relatou que os pais sempre discutiam, mas nunca viu agressão, pois dormia cedo.
Lucilene foi atingida por um disparo na cabeça, enquanto os filhos dormiam no cômodo ao lado. A casa, descrita como precária, não possuía câmeras de segurança, dificultando a coleta de imagens.
O depoimento da menina, bastante abalada, reforçou o ambiente de violência doméstica que ela e os irmãos presenciavam. Claudinei foi detido três dias depois e desde então está em prisão preventiva.
Ele responde por feminicídio qualificado, com agravantes de violência doméstica e prática do crime na presença dos filhos, além de porte ilegal de arma.