Com lágrimas nos olhos, a gerente de recursos humanos Flávia Souza da Cruz, de 37 anos, disse que “hoje é dia de honrar a memória dos pais que se foram”. Ela é filha de Luiz Vicente da Cruz, 68 anos, e de Aparecida de Souza Cruz, 59 anos, mortos em um acidente de trânsito no ano passado, em Campo Grande. As vítimas tiveram o carro esmagado por um veículo conduzido por Saulo Lucas Barbosa Vieira, que está sendo julgado nesta sexta-feira (2).
À reportagem do TopMídiaNews, ela disse ainda ter sido um ano muito difícil para toda a família e a expectativa é que ele seja condenado. “Ele cometeu um crime e não um acidente como ele tenta colocar”.
Outro ponto levantado pela gerente de recursos humanos é o fato de ele dirigir embriagado. “Custou a vida dos meus pais”, diz. Flávia faz um apelo para outros motoristas não cometerem o mesmo erro.
O juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, explicou que Saulo está sendo julgado por dois homicídios qualificados por motivo fútil, além de colocar em risco a coletividade porque estava embriagado e na contramão da via. Segundo ele, se o júri entender que se trata de homicídio qualificado, o réu pode ser condenado a até 30 anos de prisão por cada vítima.
Advogado de Saulo, Caio Magno Duncan Couto adiantou a tese da defesa em afirmar se tratar de um crime de trânsito. “A defesa entende que Saulo foi negligente e imprudente por dirigir embriagado e na contramão da via, mas ele é de Ribas do Rio Pardo e não conhecia as ruas”. Se o júri acatar esta tese, a pena máxima de Saulo passa a ser de 8 anos para cada vítima.
Familiares de Saulo também acompanham o julgamento. Muitos deles estavam chorando antes do início da sessão e não quiseram falar com a imprensa.