Desarticular quadrilhas especializadas em golpes por WhatsApp é um dos novos desafios enfrentados pela Polícia Civil em Mato Grosso do Sul. Segundo informações da delegada Daniella Kades, há pelo menos 30 casos sob investigação apenas na 1ª DP, onde ela atua. Mas o número pode ser bem maior. Isto porque as vítimas costumam procurar ajuda apenas quando sofrem prejuízos e existem boletins de ocorrência feitos em outras unidades.
A agente de saúde Priscila Teodoro, de 29 anos, assustou quando uma amiga entrou em contato para confirmar se ela havia recebido o dinheiro do empréstimo que pediu. Ela respondeu que não havia pedido dinheiro emprestado então as duas perceberam que havia um golpe ali. Esta amiga perdeu R$ 350 e não quis falar com a reportagem do TopMídiaNews sobre o assunto.
Segundo a delegada Daniella, casos como estes têm sido frequentes nas delegacias. Tanto de clonagem do WhatsApp quanto do chip. Ela cita um em que criminosos enviam links de confirmação de cadastro para pessoas que acabaram de fazer anúncios. Se a vítima clica, a partir daí o whats é clonado e o criminoso tem acesso não só aos contatos como as últimas mensagens trocadas.
“É por isso que não pode divulgar fotos íntimas no whats, não pode enviar senha de banco, número de cartão de crédito. É a sua vida praticamente ali”, orienta a delegada.
Ainda segundo a delegada, quando o whats é clonado, a vítima não consegue acessá-lo. Nestes casos, o ideal é instalar e desinstalar o aplicativo mais de uma vez para garantir que o criminoso vai perder a conexão. Outra dica é pedir que a verificação seja feita por meio de ligação e, sempre que instalar, fazer a segurança em duas etapas, cadastrando também uma senha.
Em se tratando de clonagem de chip, a vítima não consegue ligar nem receber ligações e o ideal, nestes casos, é comparecer até as lojas. O procedimento padrão é que os vendedores solicitem documentos pessoais antes de vender qualquer chip para evitar a compra em nome de outra pessoa.
AS INVESTIGAÇÕES
Sobre as investigações em andamento, a delegada adiantou se tratar possivelmente de presidiários. As contas onde ocorrem os depósitos seriam de parentes destes presos. “Algumas contas são de Mato Grosso, outras de São Paulo, mas recebemos também boletins de ocorrência de outros estados de depósitos feitos em Mato Grosso do Sul”.
Para a delegada, a melhor prevenção é cuidar das mensagens enviadas pelo WhatsApp. “A pessoa pensa ‘o Whats é meu’, mas não é bem assim. Tem que tomar cuidado com o que é escrito no Whatsapp”, finalizou.