A delegada Elaine Benicasa, titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), deu uma declaração forte e disse que o feminicídio cometido contra Cristiane Eufrásio Millan, de 42 anos, no bairro Santo Antônio, em Campo Grande, tem muitas nuances que deixam todos estarrecidos.

Ela foi morta a facadas no sábado (20), mas seu corpo foi encontrado somente na manhã de segunda-feira (22).

O crime foi cometido por Sergio Guenka, de 52 anos, que usou o argumento de que queria fama para si e que não queria ser comparado ao Maníaco da Cruz, pelo fato de deixar o corpo da vítima na posição de crucifixo.

"Ele, ao mesmo tempo, demonstra uma loucura, mas, ao mesmo tempo, demonstra uma frieza, essa premeditação, a forma como ele coloca o corpo justamente para causar um impacto na mídia. Então são várias nuances desse crime que nos deixa estarrecidas", disse em entrevista coletiva.

Benicasa ainda ressalta o nível de ódio contra a garota de programa, no qual Guenka desferiu mais de 36 facadas, sendo apenas uma no pescoço, que fez a mulher perder bastante sangue, e as demais no abdômen e no tórax.

"Há relatos de luta corporal onde a vítima tentou por diversas vezes sobreviver, há relatos do próprio suspeito que diz que Cristiane conseguiu em certo momento, tomar a faca dele e ele possui alguns ferimentos no braço e na barriga, momento em que ela tentou esfaqueá-lo, mas em seguida ele toma a faca da vítima e desfere as facadas".

Outro ponto é que a delegada cita que o assassino riu durante o interrogatório e continuou vivendo uma vida normal, mesmo sabendo da existência do corpo da vítima, que ficou no imóvel na Avenida Presidente Vargas por dois dias.