Comentários de cunho racista contra indígenas de Mato Grosso do Sul, publicados em uma página de notícias, viraram alvo de investigação por parte do MPF-MS (Ministério Público Federal). Na ocasião, a notícia veiculada no dia 18 de janeiro informava sobre o início de vacinação contra covid-19 e parte das doses seriam destinadas aos indígenas.
Em um dos comentários, a pessoa incitava o discurso de discriminação ao dizer que "índio só dá despesa, não trabalha, não produz e não paga imposto". Na visão do MPF, as palavras também incitam o preconceito étnico contra o povo indígena. "Liberdade de expressão não abriga o discurso de ódio e a intolerância, tampouco o preconceito étnico".
Pelo menos duas mulheres viraram rés por racismo contra comunidade indígena de Dourados, no sul do Estado. De acordo com o MPF, as duas pessoas foram denunciadas cível e criminalmente por causa de postagens que envolviam uma foto de adolescentes da aldeia.
"Essas pessoas podem andar de bando sem máscara e se não me engano, a aldeia estava de cheia de Covid", teria dito a mulher em uma postagem nas redes sociais.
Ainda não houve decisão judicial para o processo criminal. No entanto, no processo cível, houve encaminhamento para conciliação que deve discutir o pedido de cancelamento das redes sociais das autoras, acompanhado de valor de reparação a título de dano moral coletivo.
As rés foram informadas pela Justiça para não publicarem mais comentários de cunho discriminatório e contrário à comunidade indígena de Dourados. Caso as autoras descumpram a decisão, uma pena de multa diária de R$ 500 será aplicada.